Cerca de 35 autoridades mundiais e 400 funcionários públicos de diferentes países estão na lista dos “Papéis de Pandora”, ou Pandora Papers, o mais novo vazamento de documentos revelando esquemas ligados a empresas offshore nos paraísos fiscais, segundo informa reportagem da BBC.
A relação envolve também ex-estadistas, como o ex-premiê do Reino Unido, Tony Blair, e sua esposa, Cherie Blair.
Também constam na lista o rei da Jordânia, Abdullah II, o primeiro-ministro theco Andrej Babis e o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, os dados incluem mais de 100 bilionários, celebridades do mundo da música e executivos de grandes companhias. Os documentos devem ser publicados nas próximas semanas.
Muitos usam empresas de fachada para manter itens de luxo, como propriedades, iates, além de contas secretas.
Consórcio de jornalistas
O caso foi apurado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), que denominou a lista como “Papéis de Pandora”, considerada a maior exposição de sigilo financeiro da história.
O levantamento envolveu mais de 600 jornalistas de 117 países, que conseguiram mais de 11,9 milhões de arquivos “cobrindo todos os países”.
Esse novo escândalo surge cinco anos após o ICIJ ter revelado ao mundo o escândalo “Papéis do Panamá” (Panamá Papers), que desvendou documentos do pertencentes ao escritório de advocacia panamenho, Mossack Fonseca, que atuava para políticos, autoridades e empresários na tarefa de ocultar fortunas em paraísos fiscais.
Como funciona uma empresa offshore
A criação de uma empresa offshore não uma ação totalmente ilegal. Em alguns casos, as pessoas podem até ter razões legítimas para fazer esta opção por segurança.
Só que os sigilos oferecidos pelos Paraísos Fiscais têm se mostrado, muitas vezes, atraente para evasão de impostos, ou para lavagem de dinheiro oriundo de fraudes e corrupção.
O caso Papéis de Pandora mostra os bastidores do mundo financeiro que opera nas sombras, funcionando como porta de entrada para as operações ocultas da economia global.
É por meio dessas operações em Paraísos Fiscais, que as pessoas mais ricas do mundo escondem suas riquezas, sonegando impostos.
Interessante observar que o presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu a liderar esforços internacionais para promover transparência no sistema financeiro global, mas o país se destaca nesse novo escândalo como líder em operações nos Paraísos Fiscais.
O estado de Dakota do Sul, por exemplo, está mantendo bilhões de dólares em riqueza ligada a indivíduos anteriormente acusados de crimes financeiros graves.