Assessores do Ministro do STF, Gilmar Mendes, estão passando um pente-fino no conteúdo de todo material apreendido no âmbito da Operação Spoofing, também conhecida como escândalo da Vaza-Jato.
A informação foi divulgada pelo jornalista Elio Gaspari, em sua coluna no jornal Folha de São Paulo.
O material da Vaza-Jato foi apreendido com os hackers de Araraquara e revela as relações promíscuas entre procuradores que atuaram na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o então juiz Sérgio Moro e a delegada da Polícia Federal, Erika Marena.
Nas próximas semanas, a 2ª turma do Supremo está julgando a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no comando da Lava-Jato.
ENTENDA O CASO
Todos os arquivos apreendidos com hackers somam 7 terabytes e foram obtidos em grupos criados pelos integrantes da força-tarefa no aplicativo Telegram.
Os diálogos foram revelados inicialmente pelo site The Intercept Brasil em junho de 2019. Esse conteúdo, até o presente momento, no entanto, tem sido reproduzido de forma desordenada.
O que os assessores de Gilmar Mendes estão fazendo, segundo Gaspari, é colocar tudo em ordem cronológica e contextualizado, o que revelaria detalhes desse escândalo em toda sua dimensão.
Os diálogos destacam, entre outras coisas, que desde 2016 o então juiz Moro ordenava as operações irregulares de busca e apreensão.
Outra revelação: a delegada Marena, que chegou a ser retratada como “mocinha” no filme “A Lei é para Todos”, forjava depoimentos.
Foi ela que, no dia 14 de setembro, uma semana depois da estreia do filme, mobilizou 105 policiais para prender o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier, e outros quatro professores. Logo depois o reitor cometeu suicídio.
No dia 24 de fevereiro deste ano, o Portal VIU! ingressou com reclamação no STF pedindo acesso amplo, geral e irrestrito ao conteúdo do material apreendido com os hackers.