Em recente entrevista ao programa Bom dia Rio, da TV Globo, o secretário de Estado de Saúde, Edson Santos, afirmou que para cada caso comprovado de pacientes com o vírus, “deve haver 50 subnotificações, podendo chegar a 100”.
A afirmação que passou despercebida no noticiário revela que a pandemia no Estado atinge um estágio de contaminação acima do que é revelado pelas estatísticas oficiais.
Levando-se em conta o cálculo do secretário, em cidades como Campos (RJ), no Norte Fluminense, que têm oficialmente 11 casos diagnosticado nesta sexta-feira (10), já pode ter um total de 1.100 pessoas infectadas.
Macaé, que oficialmente tem 20 casos comprovados, já teria provavelmente 2.000 pessoas com o vírus.
Em todo o Estado do Rio, que já tem oficialmente 2.216 casos, haveria na verdade mais de 200 mil pessoas infectadas.
O número é possível mediante a multiplicação dos casos oficiais pela estimativa de subnotificação de 100 para 1, calculada pelo secretário de Saúde.
O cálculo foi feito pela reportagem na projeção máxima do secretário devido ao nível de desobediência aos decretos de isolamento social em várias cidades, onde moradores continuam circulando livremente, além de enfrentar filas em estabelecimentos como agências bancárias e casas lotéricas.
“Neste caso, em São Fidélis, que oficialmente são 4 pessoas infectadas, já teríamos 400 pessoas infectadas. Não tinha conhecimento desta projeção”, observou o médico Sebastião Neto, que atende no Hospital Armando Vidal, na cidade próxima que fica próxima ao município Campos.
O médico foi entrevistado pelo jornalista Roberto Barbosa na Live do Portal VIU!, nesta quinta-feira (9).
Fonte: Canal VIU!/Youtube
Ele observou que muitas pessoas que estão infectadas não sentirão os sintomas da Covid-19, mas ficarão com o vírus incubado, podendo transmitir para um paciente mais vulnerável. Portanto, as estatísticas estão desatualizadas não por obra de governantes, mas devido as peculiaridades da reação de cada paciente infectado.
“É por isso que o isolamento se faz necessário. Já estamos no estágio de contaminação comunitária. Não é possível exercer um controle com as pessoas circulando, principalmente nesta fase em que estamos atingindo uma curva de evolução no contágio”, disse.