*Com Sputnik News
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse nesta terça-feira (16) que se tornar presidente do Brasil “é só uma questão de tempo”.
Exercendo o primeiro mandato eletivo, ele fez fama ao comparar traficantes de drogas a terroristas e nazistas enquanto defendia atiradores em helicópteros para matá-los.
Ex-juiz federal, Witzel navegou na onda bolsonarista para se tornar governador nas eleições do ano passado. Sua retórica de lei e ordem ajudou a alinhá-lo com o eventual vencedor da corrida presidencial de 2018, o ex-capitão do exército Jair Bolsonaro, elevando-o a uma inesperada vitória.
Ao se perguntado por jornalistas estrangeiros se ele pensava em ser presidente do Brasil futuramente, ele foi taxativo: “Sem dúvida”. O governador, no entanto, não especificou quando pretende disputar a sucessão presidencial.
Os comentários de Witzel sugerem que Bolsonaro deve enfrentar duros desafios tanto da esquerda quanto da direita se buscar a reeleição em 2022. Bolsonaro prometeu durante a campanha do ano passado acabar com a reeleição para os presidentes brasileiros, mas recentemente disse que poderia concorrer a um segundo mandato.
O governador de São Paulo, João Doria, cujos laços já estreitos com Bolsonaro se extinguiram desde que assumiu o estado rico e relativamente pacífico no início deste ano, também deve concorrer.
Taxa de assassinato
Em linha com as tendências nacionais, o número de assassinatos no Rio caiu desde a posse de Witzel, cerca de 25% entre janeiro e maio, em comparação com o mesmo período de 2018.
Mas o número de homicídios cometidos por policiais do Rio aumentou quase 20% nos primeiros cinco meses deste ano. Os críticos argumentam que a retórica linha-dura de Witzel deu aos policiais uma permissão implícita para matar.
“Ninguém quer matar bandidos. Queremos prendê-los”, afirmou Witzel. “Mas eles precisam saber que vamos agir com rigor. Quando chegamos, eles se rendem ou morrem”.
Witzel, que ampliou o uso de helicópteros em operações policiais, disse que a cidade está agora a equipá-los com franco-atiradores para derrubar chefões da favela.
O governador justificou sua luta contra as gangues de drogas do Rio comparando-a ao bombardeio da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.“Embora não na mesma proporção, também estamos combatendo terroristas”, acrescentou.
Além disso, Witzel disse que o número de mortos no Rio provavelmente permanecerá alto durante seu tempo no cargo.
“Isso é normal em uma situação como esta”, pontuou. “Estamos vivendo em uma situação de confronto, em que [gangues de drogas] estão testando os limites da polícia e do governador”, disse.