A Câmara de Vereadores de Campos (RJ) deve instaurar nesta quinta-feira (28) uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação dos serviços de água e esgoto no município.
O alvo da CPI será a concessionária Águas do Paraíba, filial do consórcio Águas do Brasil. A empresa cobra a tarifa mais cara do país no município do Norte Fluminense e presta um serviço precário, sendo uma das campeãs de reclamações nos órgãos de Defesa do Consumidor.
A instauração da CPI foi possível mediante um acordo entre os vereadores Leon Gomes (PL), Rogério Matoso (DEM) e o presidente do legislativo, Fábio Ribeiro (PSD). Para que a CPI fosse instaurada, Leon Gomes abriu mão do pedido de uma CPI na educação.
Já está em curso no legislativo uma Comissão para investigar o serviço de transporte coletivo no município. Pelo regimento da Casa, não pode haver mais de duas CPIs em curso.
Com isso, a retirada do pedido de Leon permite uma nova comissão para investigar Águas do Paraíba.
ENTENDA O CASO
A concessionária é alvo de uma série de reportagens da Agência Fonte Exclusiva, que atua para o Portal VIU! na editoria de jornalismo investigativo.
De acordo com uma das reportagens de Fonte Exclusiva, a empresa teve faturamento líquido de R$ 52,7 milhões em 2020, detém R$ 66 milhões em caixa e mais R$ 10 milhões em aplicação financeira. É o maior lucro entre as empresas locais.
Mesmo diante deste lucro milionário, em todos os anos a concessionária é agraciada com reajustes abusivos, sempre acima do índice inflacionário.
Neste período de pandemia, a empresa continua praticando o “terrorismo telefônico” contra consumidores, ameaçando corta o fornecimento de água por inadimplência.
Só que no município está vigorando decreto do prefeito Wladimir Garotinho, proibindo o corte no fornecimento de água por 60 dias.
Fonte: Portal VIU!/Youtube
Moradores de comunidades de Campos também denunciam precariedade na prestação de serviços. Em bairros, como a comunidade Tira-Gosto, o esgoto corre à céu aberto (VÍDEO ACIMA).
O mesmo acontece no bairro Veredas, conforme denúncia de moradores, assim como na Avenida Senador José Carlos Pereira Pinto, no Parque Calabouço. Sem contar que em muitos bairros que tem rede esgoto instalada, os dejetos voltam para dentro de casa.
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