Em meio a pandemia do novo coronavírus, alunos da rede municipal de Campos dos Goytacazes (RJ), ainda estão à espera da entrega de uma segunda remessa dos kits de alimentação comprados pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes (Smece).
Os alimentos seriam entregues em três remessas para suprir a carência alimentar dos estudantes no período de quarentena, quando as aulas estão suspensas por decreto.
O objetivo da distribuição de alimentos, segundo o município, é manter a segurança alimentar dos estudantes enquanto as escolas permanecem fechadas em função das medidas protetivas contra o avanço da pandemia.
Mas, até agora, segundo divulgação recente da Prefeitura, apenas a primeira remessa com mais de 35 mil kits foram distribuídos no mês de abril.
Pais de alunos consultados pela reportagem confirmaram a primeira entrega, mas destacaram que ainda não têm informações sobre data para uma nova entrega.
ENTENDA O CASO
A prefeitura comprou milhares de kits de alimentos para distribuir 53 mil, mensalmente, entre os alunos de 236 creches e escolas da rede municipal, por um período de 90 dias. Portanto, a primeira distribuição não teria chegado a primeira meta estabelecida.
Os alimentos foram comprados por dispensa de licitação à empresa Quotidien Comercial Atacadista, sócia da Nutriplus Alimentação e Tecnologia, que também fornece merenda escolar para o município.
Dentre os alimentos não perecíveis distribuídos no primeiro lote de kits estavam arroz, feijão, leite em pó, achocolatado, biscoito, sal, açúcar, óleo e sardinha.
O contrato foi no valor de R$ 10,1 milhões, o que corresponde ao custo de R$ 65,20 por kit. A compra gerou debates, depois que o deputado Wladimir Garotinho (PSD-RJ) protocolizou uma notícia-crime no Ministério Público Federal (MPF), denunciando que fez uma cotação no comércio local, apontando uma diferença de preço na ordem de 59%.

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A verba utilizada na compra na compra é do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), repassada pela União, por isso, a denúncia foi formalizada no MPF.
A reportagem tentou contato com a secretária de Educação por meio de Whatsapp, mas até o fechamento não obteve resposta. Segundo informações extra-oficiais, em função da queda nos repasses de verbas, o município ainda não saldou o pagamento da primeira remessa fornecida pela empresa.