Os professores da rede municipal de Cardoso Moreira (RJ), Norte Fluminense, estão sem receber a gratificação por regência. O abono é destinado aos professores que atuam em sala de aula, mas foi suspenso, entre outras coisas, por causa da paralisação das atividades escolares em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
O decreto que suspendeu o abono está vigorando desde o dia 1º de maio. Na ocasião, o prefeito Gilson Siqueira (PP), afirmou que o ato também é consequência da queda vertiginosa de arrecadação. Sem a medida, segundo ele, o salário integral dos professores até o final do ano estaria comprometido.
A queda contínua de receita está obrigando os prefeitos das cidades do Norte Fluminense a cortar despesas adicionar para salvar a folha de pagamento. São tempos de vacas magras e muitas despesas com ações voltadas para o combate a pandemia.
Na cidade de Quissamã, que tem a maior parte da arrecadação proveniente dos royalties do petróleo, a prefeita Fátima Pacheco (DEM) já reduziu salários de integrantes de cargos comissionados em até 40%. O corte também atinge o salário da própria Prefeita e do vice, Marcelo Batista.
Já na cidade de Campos, o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) também reduziu salários de cargos comissionados e dispensou todos os trabalhadores que recebiam por meio de Registro de Profissionais Autônomos (RPA). Esses trabalhadores estão promovendo manifestações toda semana, para tentar salvar 5 meses de salários atrasados.
Há uma conjugação de crise na saúde com desaceleração econômica nessas cidades. O efeito, segundo o economista e colunista do Portal VIU!, Ranulfo Vidigal, é devastador tanto para o servidor público quanto para as populações mais pobres dessas cidades que precisam da assistência do poder público.
O economista defende a tese de que esta crise só será superada “com dinheiro público na veia” e o grande financista dos investimentos públicos deveria ser o governo federal. “A União tem capacidade imprimir moeda e aquecer a economia, algo que os prefeitos não tem condições de fazer. Esse protagonismo cabe ao governo Federal”, disse.