O desemprego e os programas sociais são temas que deverão entrar na pauta candidatos às Prefeituras do Norte Fluminense na eleição deste ano.
O número de pessoas atreladas ao Auxílio Emergencial do Governo Federal é um dos sintomas da precarização do mercado de trabalho e da necessidade de medidas de proteção social para combater a aceleração da pobreza nas cidades que estão penalizadas pela crise no mercado do petróleo.
A maior parte dessas cidades são petrorrentistas, com arrecadação dependente da produção de petróleo na Bacia de Campos, que também está em processo de declínio.
Só em Campos (RJ), maior município da Região, 38,31% da população se inscreveu para receber a ajuda do governo Federal, segundo dados da Caixa Econômica Federal. Em números isso representa mais de 100 mil trabalhadores.
O auxílio proporcionou um fluxo de mais de 322 milhões na economia local. O dinheiro chegou em boa hora, porque recentemente o município não recebeu os recursos da Participação Especial (PE) na produção de petróleo, além de enfrentar queda nos repasses de royalties. São duas importantes fontes de financiamento financeiro.
O economista Ranulfo Vidigal se debruçou sobre esses números e recentemente escreveu sobre o tema em artigo publicado no Portal VIU!.
ENTENDA O AUXÍLIO EMERGENCIAL
O Auxílio Emergencial é um benefício destinado pelo Governo Federal aos trabalhadores informais (MEI), autônomos e desempregados que tem como objetivo fornecer proteção emergência no período da pandemia do novo coronavírus.
O Congresso aprovou o projeto que autorizava o Governo a pagar R$ 600 a título de ajuda emergencial. Recentemente, o governo reduziu o benefício para R$ 300, mas prorrogou o pagamento até o final do ano.
De acordo com Vidigal, a cidade com maior número proporcional de beneficiados do estado do Rio de Janeiro é São Francisco do Itabapoana, no Norte Fluminense. O Auxílio Emergencial contemplou mais da metade da população da cidade.
Foram beneficiadas 21.343 pessoas, ou seja, 51,61% da população local. Somando as três primeiras parcelas, foram inseridos 37,7 milhões no comércio local, só entre abril e julho. São Francisco tem um dos menores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado do Rio.
O economista explica que essa realidade concreta de dependência do auxílio emergencial “dá a dimensão da necessidade de reestruturação produtiva nessas cidades em 2021. Ele define a tarefa como “um desafio e tanto para os próximos prefeitos”.