O preço de alimentos que compõe a cesta básica disparou e o arroz, um dos principais componentes da alimentação da família brasileira, é um dos vilões.
A disparada nos preços é decorrência da queda na renda e outros fatores impulsionados pela conjuntura econômica mundial, mas ainda assim os órgãos de proteção ao consumidor tentam conter a escalada.
Em Macaé (RJ) o Procon iniciou a notificação de supermercados da cidade. O objetivo é averiguar as razões dos aumentos relatados por consumidores e, eventualmente, o possível reajuste injustificado do valor das mercadorias.
Na cidade, um pacote de cinco quilos de arroz era vendido até por R$ 15 nas prateleiras dos supermercados. Agora pode chegar a R$ 40. O produto ficou em média 30% mais caro no mês de agosto.
Levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mostra que a alta do arroz chegou a 100% em 12 meses.
Os produtos da cesta básica considerados essenciais na mesa do brasileiro, que tiveram maior valorização foram o óleo de soja, feijão e o arroz.
Outro contexto que favorece o reajuste é o dólar em alta. A cotação da moeda norte-americana garante maior margem de lucro para os produtores que exportam os alimentos. A queda de produção da safra de arroz no país também contribui para a carestia.
Diante dos preços galopantes, o presidente Jair Bolsonaro pediu uma cota de sacrifício aos empresários brasileiros.
“Estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes empresários donos de supermercado para manter a menor margem de lucro possível sobre esses itens”, disse o presidente em recente visita a cidade de São Paulo.
Já os especialistas que acompanham a dinâmica do mercado interno afirmam que a tendência é de que os produtos da cesta básica sejam reajustados até o final do ano, enquanto que a renda dos trabalhadores continuará caindo. O Auxílio Emergencial, por exemplo, caiu de R$ 600 para R$ 300.