Carapebus (RJ) é uma cidade pobre do Norte Fluminense, que emancipou-se de Macaé na década de 90 de olho nos royalties do petróleo. Na gestão do ex-prefeito Amaro Fernandes, a Prefeitura foi alvo da Operação Marco Zero, deflagrada pela Polícia Federal para apurar fraudes na saúde.
Foi um período de sangria de recursos com empreguismo, corrupção e desmandos que deixaram sequelas seríssimas.
A crise decorrente na queda arrecadação de royalties aprofundou problemas sociais e dificultou as ações do poder público local, que herdou uma administração endividada e imersa em problemas.
Mas o que é ruim nesta cidade ainda pode piorar. A Câmara de Vereadores vai votar um projeto de Emenda à Lei Orgânica elevando o número de cadeiras para a próxima legislatura.
Carapebus, que tem 9 vereadores passaria a contar com 11. O parecer já está aprovado e o projeto deve ser votado em plenário dentro de 10 dias.
Os vereadores estão buscando uma tábua de salvação para garantir a reeleição em 2020. É o medo das urnas.
O legislativo na cidade tem um orçamento de R$ 4,5 milhões/ano. O salário da turma é acima de R$ 5 mil. Na atual conjuntura econômica, elevar gastos com dinheiro público, é no mínimo uma afronta a população local.
Os vereadores Tuti, Dandinho e Tânia Cabral debateram o projeto com moradores e concluíram que o caminho mais adequado seria um plebiscito. Isso dificilmente acontecerá, porque os pares dos três parlamentares só conhece povo em ano de eleição.
Com os municípios produtores de petróleo correndo um sério risco diante de um julgamento marcado no Supremo Tribunal Federal para definir o destino da lei de distribuição dos royalties, alguns detentores de mandato eletivo ainda não se deram conta do que poderá acontecer. Parecem viver em outro planeta.