Entre os beneficiados estão os empresários Carlinhos Cachoeira e Fernando Cavendish
Da redação
O ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mandou soltar os presos investigados na Operação Saqueador, entre eles o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira (foto), e Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta.
A defesa dos acusados entrou com habeas corpus na manhã de sexta-feira (08/07) no tribunal, após a decisão que revogou prisão domiciliar concedida aos acusados.
A decisão, que não foi divulgada, também vai beneficiar os empresários Adir Assad e Marcelo Abbud, que também estão presos. Por meio de telegrama, o STJ já informou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que deverá determinar a soltura dos acusados e empregar medidas cautelares. Os acusados estão presos no presídio de Bangu 8.
Os mandados de prisão foram expedidos no âmbito da Operação Saqueador da Polícia Federal, que rastreia esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, no valor de R$ 370 milhões. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os principais acusados são Fernando Cavendish e Carlinhos Cachoeira.
Além deles, foram denunciadas 21 pessoas, incluindo executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da empreiteira e proprietários e contadores de empresas fantasmas, criadas por Carlinhos Cachoeira e os empresários Adir Assad e Marcelo Abbud.
OPERAÇÃO ABISMO
O juiz federal Sérgio Moro também concedeu liberdade a quatro presos na Operação Abismo, a 31ª fase da Lava Jato, deflagrada na segunda-feira (4/7). Moro atendeu pedido dos investigadores da Polícia Federal e também entendeu que não há necessidade da prorrogação da prisão temporária, válida por cinco dias.
Com a decisão, serão libertados Genésio Schiavinato Júnior (diretor da empresa Construbase), Edison Freire Coutinho (ex-diretor da empreiteira Schain), Erasto Messias da Silva Júnior (empresário) e Roberto Ribeiro Capobianco (presidente da empresa Construcap).
Em troca de liberdade, Moro estabeleceu medidas cautelares, como comparecimento a todos os atos processuais e de investigação aos quais forem chamados. Na decisão, o juiz alertou que o descumprimento da medida acarretará na expedição de mandato de prisão preventiva.
A Operação Abismo investiga desvios em licitações para a reforma do Cenpes (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, da Petrobras), no Rio de Janeiro, onde são feitos estudos sobre a exploração em águas profundas.
*EBC