As aparições do juiz Marcelo Bretas e do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), acompanhados em eventos públicos está gerando um tremendo “mau hálito”.
O magistrado da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, que está à frente dos processo da Lava Jato no Estado, e o governador estão circulando juntos em alguns eventos, o que gera a desconfiança de que esta aparente união poderá afrontar as relações republicanas que deveriam delimitar a separação entre os poderes.
O site Agenda do Poder, do jornalista Ricardo Bruno, desperta esta discussão, ao destacar que o magistrado e o governador estavam juntos na final entre Vasco da Gama e Flamengo, no Maracanã, no domingo (21).
Os dois estavam acompanhados das respectivas esposas.
Bruno também destaca que o governador e o magistrado viajaram no mesmo jatinho para assistir a posse do presidente Jair Bolsonaro, em Brasília.
Tem mais: O jornalista lembra que na semana passada, “a irmã de Bretas foi nomeada por Witzel para a Controladoria Geral do Estado”.
“Não há irregularidade no ato. A nomeada tem credenciais de sobra para o cargo. Trata-se, portanto, de uma amizade antiga, sólida, natural, cuja origem é a magistratura, na qual Witzel se credenciara para disputar e ganhar o Governo do Rio”, salienta Ricardo Bruno.
Antes de ingressar na política, Wilson Witzel foi juiz Federal.
O DIABO ESTÁ NOS DETALHES
No julgamento dos processos da Lava Jato, Marcelo Bretas decidirá o futuro de alguns políticos do estado que estão denunciados.
“Como Witzel é parte interessada neste jogo, qualquer decisão de Bretas envolvendo prováveis adversários do governador poderá ser tomada com desconfiança. A proximidade de ambos já está estimulando especulações de que Eduardo Paes (DEM) poderá ser retirado da sucessão municipal por decisão judicial. Bretas não tem outra saída, a não ser se declarar impedido de julgar alguns casos, especialmente os relacionados a prováveis candidatos nos próximos pleitos. Se não o fizer, suas decisões ficarão eivadas por suposta parcialidade – contrariando, assim, um dos princípios basilares da magistratura”, afirma Ricardo Bruno.