Em Campos-RJ, “fiscalização” clandestina em sala de professor da Uenf ainda é mistério a ser apurado pela Polícia Federal;
Fonte: VIU! Podcast
A Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, na Região metropolitana do Rio, aguarda explicações do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) acerca da ação de fiscais que estiveram na Faculdade de Direito, na terça-feira (23), e determinaram a retirada de uma bandeira colocada por alunos na fachada do edifício.
A bandeira trazia os dizeres “Direito UFF Antifascista” e tinha as cores da Associação Atlética Acadêmica: laranja e preto. O caso ocorreu por volta das 19h, quando chegaram à instituição pessoas que vestiam um colete preto e se diziam fiscais do TRE-RJ.
Em entrevista reproduzida no VIU! Podcast, o diretor da Faculdade, Wilson Madeira, classificou o ato como um atentado contra a democracia.
O professor Paulo Roberto dos Santos Corval, chefe do Departamento de Direito Público, acompanhou toda a movimentação e, diante do ocorrido, assinou um Registro de Ocorrência Administrativo, em que relata os acontecimentos.
Segundo o professor, nenhuma documentação foi apresentada pelos fiscais e nem o número do processo que motivou a ação foi informado. Ele avalia que, “embora não tenha ocorrido violência, o ato foi simbolicamente agressivo e excedeu os limites que a Constituição coloca em termos de razoabilidade e proporcionalidade”.
Os estudantes realizaram uma manifestação na noite dessa quarta-feira (24) para repudiar a ação dos fiscais. O ato foi convocado pelo Centro Acadêmico e pela Associação Atlética Acadêmica. Os estudantes também optaram por recolocar a bandeira na faixada do edifício da faculdade.
“FISCAIS” CLANDESTINOS
Na cidade de Campos dos Goytacazes, no dia 19, homens que se apresentaram como fiscais da Justiça Eleitoral vasculharam a sala do professor do curso de Políticas Sociais, Marcos Pedlowski.
O professor, que também é periodista de VIU!, denunciou o ato por meio de postagem em seu blog. A reitoria da Universidade formulou pedido de informações ao juiz Ralph Manhães, responsável pela fiscalização eleitoral no município.
Por meio de documento oficial, a chefe do cartório eleitoral, Élida S. Rocha Tavares, informou que a equipe de fiscalização do TRE-RJ não esteve na Uenf no dia 19. O fato deverá ser denunciado à Polícia Federal. Confira:

Em comunicado interno, o reitor Luis Passoni orientou a comunidade acadêmica a não acompanhar pessoas que cheguem à instituição em nome da justiça sem apresentar documento oficial. A orientação interna, é para que nesses casos os “visitantes” sejam encaminhados à reitoria.