Cientistas e políticos reagiram a mais uma mentira dita por Jair Bolsonaro (sem partido) com o objetivo de desestimular a vacinação contra o coronavírus, que comprovadamente tem diminuído as taxas de transmissão e de óbitos no Brasil e em outros países.
Em sua live semanal, o presidente defendeu o uso de tratamento inútil para a covid-19 relacionando de forma incorreta os imunizantes ao vírus HIV, causador da Aids.
“Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados (15 dias após a segunda dose) estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids) muito mais rápido que o previsto”. Sabendo que a fala era falsa, Bolsonaro emendou: “Não vou ler aqui porque posso ter problemas com a minha live”, afirmou, falsamente, Bolsonaro.
A microbiologista Natalia Pasternak usou o Twitter para ressaltar que nenhuma vacina, não apenas que protege contra a covid-19, faz com que as pessoas desenvolvam Aids.
O médico e pesquisador de saúde Daniel Dourado também usou a plataforma para informar as pessoas da maneira correta. “Não existe nenhuma possibilidade de a vacina causar Aids, zero. Qualquer que seja a vacina. É isso que precisa ser divulgado de forma clara e direta”, disse.
Repito o que disse nos últimos dias. Esse papo antivacina do Bolsonaro não influenciou nem a Michelle, que já se vacinou. Não caiam nessas iscas. Ele hoje não passa de um animador do governo do centrão.
— Daniel A. Dourado (@dadourado) October 23, 2021
Não existe NENHUMA possibilidade de vacina causar AIDS. ZERO. Qualquer que seja a vacina. É isso que precisa ser divulgado de forma clara e direta.
— Daniel A. Dourado (@dadourado) October 23, 2021
Deputados da oposição ressaltaram a característica criminosa da declaração do presidente. “Bolsonaro mais uma vez usou documento falso para atacar as vacinas e associá-las a Aids. Lamentável que essa seja a prioridade do presidente de um país com mais de 600 mil mortos, 20 milhões de famintos e 14 milhões de desempregados. Mais um crime na ficha de Bolsonaro”, disse o líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ).
Bolsonaro mais uma vez usou documento falso para atacar as vacinas e associá-las a AIDS. Lamentável que essa seja a prioridade do presidente de um país com mais de 600 mil mortos, 20 milhões de famintos e 14 milhões de desempregados. Mais um crime na ficha de Bolsonaro.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) October 23, 2021
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que é o coordenador da Frente Parlamentar Mista de enfrentamento ao HIV/Aids/hepatites virais no Congresso Nacional, tuitou que pretende tomas “medidas jurídicas” contra o presidente pela fala mentirosa.
ABSURDO!
Bolsonaro dispara mais uma fakenews associando vacina a AIDS. Como coordenador da Frente de Enfrentamento ao HIV/AIDS/hepatite virais no Congresso, entrarei com todos as medidas jurídicas contra o presidente e sua fala negacionista.
— Alexandre Padilha (@padilhando) October 23, 2021
Manuela D’Ávila (PCdoB), que concorreu à vice-presidência da República em 2018, disse que o presidente “segue com seu projeto de morte” ao espalhar a fake news em sua live.
Nojento! Acusado de cometer crimes contra humanidade, Bolsonaro segue com seu projeto de morte, espalhando a absurda fake news de que quem está tomando as 2 doses da vacina está adquirindo HIV/AIDS. pic.twitter.com/YfRfV5xLnZ
— Manuela (@ManuelaDavila) October 23, 2021
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da covid, incluiu no relatório final a disseminação de notícias falsas e desinformação sobre a pandemia no país entre os fatores responsáveis pelos óbitos decorrentes da covid-19. Segundo ele, as fake news resultaram em mortes que poderiam ter sido evitadas, uma vez que teriam gerado “uma exposição perigosa e desnecessária ao novo coronavírus” e, consequentemente, contribuído “para a perda de vidas adicionais” durante a crise sanitária.
As informações são do Yahoo.