Morreu neste domingo (14), aos 90 anos, Carlos Menem, ex-presidente da Argentina e atual senador pela província de La Rioja.
Menem estava internado para tratar de uma infecção urinária, mas o quadro de saúde se agravou, provocando problemas cardiológicos, segundo informações divulgadas pelo jornal argentino El Clarín.
Filiado ao partido peronista, Carlos Menem governou o país entre os anos de 1989 e 1999, período em que adotou políticas neoliberais, com privatizações de estatais e maior abertura para importações, mesmo receituário seguido à época por seu homólogo no Brasil, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
As reformas foram ancoradas com forte apoio popular, após o governo adotar uma política de câmbio fixo, criando uma paridade entre a moeda local e dólar. Com isso, um peso argentino equivaleria a um dólar.
A medida foi adotada sob pretexto de debelar a hiperinflação que atingia o país. O remédio funcionou por alguns anos, mas acabou por desvalorizar a indústria nacional frente à concorrência estrangeira.
O governo Menem também foi marcado por denúncias de corrupção, como o escândalo da exportação de armas para o Equador e Croácia, entre os anos de 1991 e 1996. O episódio provocou sua prisão domiciliar, em 2001.
Em 2015, o ex-presidente foi condenado em outro caso, desta vez envolvendo suborno de autoridades com dinheiro público. Ele também foi condenado por superfaturamento de obras e por fraude na venda de um imóvel na década de 90.