Artigo publicado nos EUA adverte sobre a escalada de milícias armadas que defendem a supremacia branca e planejam violência contra funcionários do governo de Washington
Um relatório publicado no insuspeito portal norte-americano Scientific American, adverte que os Estados Unidos estão assistindo a um aumento de grupos de milícias racistas armadas.
Esses grupos carregam armas em público, usam trajes militares e apoiam várias teorias conspiratórias e defendem ideologias supremacistas brancas.
“Observei um aumento do extremismo nos últimos anos [nos EUA], com pessoas que se concentravam na camaradagem e na preparação em eventos de milícia, agora ecoando alegações de que a insurreição no Capitólio [em 6 de janeiro de 2021] não passava de um protesto”, destaca a autora do artigo, Amy Cooter.
Os grupos de milicianos compartilham certas semelhanças: seus membros são quase exclusivamente homens brancos e adotam valores de nacionalismo com o desejo de restaurar “tempos melhores” do passado da América.
“Seus valores são frequentemente entrelaçados com atitudes racistas e machistas, em parte porque negam ou ignoram a hostilidade dirigida a grupos minoritários e mulheres durante essa história idealizada”, sublinha o texto.
De acordo com o texto, os milicianos acreditam que é “dever constitucional”, como “bons americanos”, manterem-se fortemente armados e preparados para se defender, proteger suas famílias e seu país contra ameaças que vão de desastres naturais a invasão estrangeira.
Além disso, eles se reúnem para praticar e compartilhar habilidades relacionadas ao tiro ao alvo, navegação terrestre e preparação geral de emergência.
Os extremistas armados podem começar simplesmente contando histórias em torno de uma fogueira, mas com o tempo “eles se transformam em pensamentos conspiratórios, hostilidade aberta ou até mesmo ações violentas”.
Na mesma linha, a nota adverte que as emoções e a atividade das milícias americanas poderiam ser facilmente exacerbadas por outro líder político, como o ex-presidente dos EUA Donald Trump, que “promove o pensamento e a paranoia excludente” ou por um ataque terrorista estrangeiro que esses grupos percebem como uma ameaça à segurança ou à cultura dos EUA.
Estima-se que nos EUA existam cerca de 200 milícias compostas por milhares de civis aposentados e militares.