A China e a Rússia estão substituindo o uso do dólar em suas transações comerciais pelo euro e o yuan, segundo informa reportagem do jornal russo Izvestia.
No primeiro trimestre deste ano, o uso da moeda norte-americana caiu 46% no comércio entre os dois países. Em 2019, no auge da guerra comercial entre EUA e China, a queda foi de 51%.
O dólar já foi quase que uma moeda absoluta nas relações comerciais sino-russas. Em 2015, representou quase 90% nos acordos comerciais entre os dois países e 80% até o final de 2016.
Enquanto o dólar vai saindo de cena, o euro aumentou em 8% sua participação só ano passado, respondendo atualmente por 30% das operações, enquanto o yuan ficou em 17%. Já o rublo permaneceu no nível médio de 17% nos últimos três anos.
Tanto para a China quanto para a Rússia, o uso de suas respectivas moedas nas relações comerciais já registram um recorde histórico.
MERCADO GLOBAL
Os tempos são sombrios para a moeda norte-americana no mercado mundial. A moeda caminha para o seu pior mês desde 2011. Em relação a uma cesta de seis moedas, a americana caiu 9% desde a alta em março e já acumula perdas de cerca de 3% no ano.
A previsão dos analistas do Goldman Sachs é de caia mais 5% nos próximos 12 meses.
De forma geral, o que tem direcionado a tendência global do dólar é o anúncio do pacote de estímulos fiscais da UE, que fortalecem o euro contra o dólar, e a promessa do Fed de manter a liquidez alta para controlar a crise.
As eleições nos EUA e perspectiva de que a economia americana não crescerá também são fatores que contribuem. Para os países em desenvolvimento, como o Brasil, a queda significa recuperação de suas Bolsas e moedas.