Na cidade do Rio, o número de mortes causadas por influenza se aproxima do número de óbitos provocados pela Covid-19. No período de 28 de novembro a 17 de dezembro, correspondente às semanas epidemiológicas 48 a 50, a influenza causou 21 óbitos, enquanto a Covid-19 provocou 25 mortes. As informações são do Extra.
Em todo o estado, a doença que causou epidemia na Região Metropolitana já matou 49 pessoas ao longo do ano. Os dados foram compilados pelo EXTRA a partir do sistema de informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o Tabnet estadual, na tarde desta sexta-feira.
A plataforma reúne informações do Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), alimentado pelos municípios. Elas podem ser revistas futuramente por causa da demora na inserção de dados, um problema que pode ter se agravado após o ataque hacker ao Ministério da Saúde na semana passada.
O apagão de dados prejudicou a visualização dos números no portal da pasta, embora as cidades ainda tenham acesso aos formulários de detalhamento dos casos.
Nas últimas duas semanas epidemiológicas, o número semanal de mortes por influenza chegou a ultrapassar o de Covid-19. A semana 48 foi a última com predominância da Covid-19, que causou 15 óbitos no período, contra quatro provocados pela influenza. Já na semana 49, foram sete mortes por Covid-19 e 11 por influenza. Na semana 50, que ainda não terminou, já são seis óbitos por influenza e três por Covid-19.
As mortes ocorridas na capital durante o período mencionado correspondem a quase todos os óbitos por influenza registrados na cidade ao longo do ano.
De todas as 21 mortes notificadas na cidade em 2021, apenas uma não aconteceu entre novembro e dezembro: a de um paciente de 91 anos em junho. Nas últimas semanas, a faixa etária com mais mortes notificadas foi a de 70 a 79 anos .
Quatro óbitos na cidade do Rio aconteceram em Unidades de Pronto-Atendimento (UPA), porta de entrada da rede pública de saúde: duas na de Campo Grande, na Zona Oeste, uma na de Engenho de Dentro, na Zona Norte, e outra na Rocinha, na Zona Sul. Quatro mortes ocorreram no Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, Zona Norte, e duas na Coordenação de Emergência Regional (CER) da Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
As mortes na capital entre as semanas epidemiológicas 48 e 50 correspondem a todos os óbitos que ocorreram no estado durante o período exceto um, de um paciente cujo município de internação não foi registrado no sistema.
No estado
Das 49 mortes por influenza registradas em todo o Rio de Janeiro desde o início do ano, 27 ocorreram entre novembro e dezembro, período marcado pelo início da epidemia na capital e na Região Metropolitana.
Em nota, a SES informa que o estado registrou em 2021 cinco mortes por influenza A H3N2, subtipo predominante nas análises laboratoriais por amostragem. No entanto, nem todas as amostras de pessoas infectadas pelo vírus têm seu subtipo identificado por pesquisas de laboratório.
O número de óbitos causados por H3N2, portanto, pode ser maior do que o diz a secretaria — sobretudo porque o mês com mais mortes por influenza ao longo do ano foi justamente dezembro, depois que a epidemia foi declarada no Grande Rio.
As 49 mortes de 2021 não superam, contudo, o número anual de óbitos registrado nas últimas epidemias de influenza no estado. Em 2016, foram registradas 86 mortes; em 2019, 72.
Embora a quantidade de óbitos deste ano ainda possa aumentar nas próximas semanas, com a atualização dos dados e como possível resultado de algumas das internações que ainda não tiveram desfecho, a boa notícia é que a onda de casos de influenza observada no Rio no último mês deve cair em breve. Quem diz isso é o pesquisador Leonardo Bastos, criador da plataforma InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
— Ao contrário da Covid-19, que tem um comportamento mais imprevisível, a influenza tende a ter uma onda bem definida. Se os casos já não estiverem caindo agora, devem cair nas próximas semanas — explica.
Veja abaixo detalhes das mortes por influenza no município do Rio entre as semanas epidemiológicas 48 e 50
Número de óbitos por unidade de internação
Hospital Copa D’Or – 1
Hospital Evangélico – 1
Hospital Pró-Cardíaco – 1
Hospital Italiano – 1
Hospital Samaritano – 1
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – 1
UPA Estadual 24h Campo Grande – 2
Coordenação de Emergência Regional (CER) SMS – Ilha do Governador – 1
Coordenação de Emergência Regional (CER) SMS – Barra – 2
Hospital Municipal Albert Schweitzer – 1
Hospital Municipal Rocha Faria – 2
Hospital Municipal Ronaldo Gazolla – 4
UPA Municipal 24h Engenho de Dentro – 1
UPA Municipal 24h Rocinha – 1
UPA Municipal 24h João XXIII – 1
Óbitos por data e idade
29 de novembro – um paciente de 86 anos
1º de dezembro – um paciente de 73 anos
2 de dezembro – um paciente de 88 anos
4 de dezembro – um paciente de 56 anos
5 de dezembro – dois pacientes, um de 62 anos e outro de 95
6 de dezembro – dois pacientes, um de 24 anos e outro de 37
7 de dezembro – um paciente de 34 anos
8 de dezembro – dois pacientes, um de 39 anos e outro de 71
10 de dezembro – um paciente de 34 anos
11 de dezembro – três pacientes, um de 76 anos, outro de 29 e um terceiro de 95
12 de dezembro – um paciente de 79 anos
13 de dezembro – um paciente de 66 anos
14 de dezembro – um paciente de 92 anos
15 de dezembro – três pacientes, um de 65 anos, outro de 86 e um terceiro de 89