Prefeita eleita anuncia secretariado, mas já trabalha com perspectiva de déficit orçamentário
O ano de 2017 será de sacrifícios para o pequeno município de Quissamã, no Norte Fluminense. A cidade de pouco mais de 20 mil habitantes situada na zona produtora de petróleo da Bacia de Campos, que já teve o maior orçamento per capta do país, sentiu o baque provocado pela desvalorização da commodities no mercado internacional.
NA IMAGEM ACIMA Prefeita eleita de Quissamã Fátima Pacheco ao lado do vice Marcelo Batista: dívidas chegarão a R$ 80 milhões
Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (27/12), a prefeita eleita Fátima Pacheco (PTN) anunciou que o orçamento para o próximo ano é de R$ 165 milhões. No passado, ele chegou a R$ 263 milhões. As dívidas estão na casa de R$ 80 milhões, metade desse valor só com a Previdência. A despesa anual da Prefeitura gira em torno de R$ 210 milhões, segundo relata a prefeita.
“Desta forma, entraremos com déficit estimado de R$ 45 milhões. Acrescente a isso o fato de a Prefeitura já ter ultrapassado o limite legal com a folha de pagamento de servidores”, resumiu.
A prefeita eleita ressaltou que a situação vai exigir medidas firmes nos primeiros dias de sua administração. “Vamos trabalhar com coragem, determinação e austeridade, mas sem perder nossa marca principal, que é o acolhimento. Teremos contato direto com a comunidade, que será parceira nas transformações que vão colocar Quissamã no caminho de dias melhores”, completou.
A situação poderia ser ainda pior, se o atual prefeito Nilton Pinto (PSDB) não tivesse adotado um programa de austeridade nos últimos dois anos. Ele reduziu salários dos cargos comissionados, promoveu cortes no primeiro escalão e priorizou a saúde, educação e o pagamento dos servidores. Com isso, a cidade que foi uma das mais impactadas pela crise econômica, foi, talvez, o município de pequeno porte do Norte Fluminense que melhor administrou a crise. O prefeito adotou como norma não esconder a real situação da comunidade e chegou a realizar uma audiência pública para discutir a crise.
Na formação do secretariado, Fátima Pacheco deu atenção especial aos servidores de carreira. O vice Marcelo Batista, concursado na Prefeitura há mais de 20 anos, por exemplo, responderá pela secretaria de Obras, Serviços Públicos e Urbanismo.
Os demais integrantes do primeiro escalão são: Luciano Lourenço (Chefe de Gabinete), Gabriel Siqueira (Procuradoria Geral), Luiz Felippe Klem (Controladoria Geral), Marcio Pessanha (Governo), Leilson Lyra (Fazenda), Robson Serra (Educação), Linaldo Lyra (Saúde), Tânia Regina Magalhães (Assistência Social), Arnaldo Mattoso (Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo) e Ailton Rodrigues (Agricultura, Meio Ambiente e Pesca).