Completaram 10 anos desde que as terras de centenas de pequenos produtores do Açu, no 5º distrito de São João da Barra (RJ), foram desapropriadas para serem entregues aos controladores do Porto do Açu.
Até hoje eles ainda não receberam indenização. Em postagem em seu blog, o professor da UENF, Marcos Pedlowski lembrou que as terras tomadas por Sérgio Cabral e entregues ao ex-bilionário Eike Batista estão hoje sob controle da Prumo Logística Global que aufere milhões anualmente em troca do aluguéis salgado. Ele também fez uma retrospectiva da situação jurídica das desapropriações.
A maioria dos processos de indenização dos produtores rurais aguardam uma decisão ainda em primeira instância no fórum de São João da Barra. Os agricultores familiares atualmente vivem em condições difíceis em áreas espalhadas pelas localidades de Água Preta, Mato Escuro e Barra do Açu.
Segundo o professor os advogados familiarizados com o drama dos agricultores se sentem impotentes para dar o devido e necessário apoio aos que permanecem sem qualquer perspectiva de avanço no processo de pagamento das indenizações que o estado do Rio de Janeiro, na figura da Codin, deveria já ter pago, visto que uma década já transcorreu desde que o drama dos agricultores foi mostrado até pela grande mídia internacional.
Outro fato relevante é que no âmbito do governo municipal de São João da Barra permanece um silêncio sepulcral, em que pese a prefeita Carla Machado (PP) ter sido uma parceria preferencial, tanto de Sérgio Cabral quanto de Eike Batista na ágil remoção dos agricultores de terras que ocupavam há várias gerações.
O empresário EIke Batista chegou a receber a Medalha Barão de São João da Barra, que foi entregue pela então prefeita Carla Machado, enquanto famílias inteiras eram tocadas para fora de suas pequenas propriedades por uma combinação de forças policiais regulares e seguranças privados do Grupo EBX.