O modelo e influenciador Bruno Krupp debochou da blitz da Lei Seca na qual foi parado três dias antes de atropelar e matar o adolescente João Gabriel. Nos stories do Instagram a que o g1 teve acesso, Bruno primeiro postou uma foto, com a legenda “Hoje me fodi”, e depois fez um vídeo.
Em tom irônico, Bruno comentou:
“Na moral, mano. Eu amo Lei Seca. Eu amo. Amo. Já é?! Vamos ver qual vai ser o desenrolado da melhor forma, demorou?! Tamu junto… Os dois lados da pista. Vem, amor, vem brincar, vem brincar. Vambora!”
Nessa blitz, Bruno se recusou a soprar o bafômetro e recebeu multas por pilotar a moto sem placa nem habilitação.
Bruno está sob custódia em um hospital particular na Zona Norte do Rio pela morte, por atropelamento, do jovem João Guilherme.
Ao contrário do que afirmou nesta quarta-feira (3) o advogado de Bruno Krupp, o modelo e influenciador não tem habilitação para pilotar motos.
“Ele só não tinha habilitação ainda porque o Detran, salvo engano, já tinha aferido a carteira dele. Ele só não tinha pego a carteira ainda”, disse William Pena, que representa Bruno, na porta do hospital.
A TV Globo apurou que o modelo nem sequer fez a prova prática do Detran para motos. Bruno apenas foi aprovado no exame teórico e ainda precisava cumprir a carga horária mínima de aulas de pilotagem nas ruas.
Bruno pilotava, em alta velocidade (a mais de 150 km/h, numa via cujo limite é de 60 km/h) e estava sem habilitação, mesmo após ter sido pego em uma blitz três dias antes do atropelamento. A Justiça do RJ expediu um mandado de prisão contra o rapaz, que responde por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. A vítima é João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos.
Nesta quarta, Krupp foi encontrado em um hospital no Méier, na Zona Norte do Rio, onde deve ficar preso sob custódia até ser liberado pelos médicos.
William Pena alegou ainda que a moto que atropelou João Guilherme “deu uma pane no freio”.
“O que ele me disse hoje [quarta], logo antes de entrar para cirurgia, foi que a moto deu uma pane no freio e ele perdeu o controle, porque ele se assustou com o rapaz [João Gabriel] voltando”, comentou o advogado.
Ainda segundo Pena, não houve dolo na ação de Bruno, ou seja, ele não teve a intenção de praticar o ato. Contudo, o defensor admitiu que motorista estava rápido demais.
“Eu até acredito que sim [estava rápido demais]. Mas uma moto de quase mil cilindradas, a juventude de hoje quer dar uma arrancada, e ele vai pagar o preço pelo erro que cometeu de imperícia”, disse.
“Não houve dolo. Ninguém sai de casa para matar ninguém atropelado. ‘Ah, eu vou ali atropelar alguém na esquina’. Está havendo um certo exagero com tudo que estão publicando. Não há perícia, foi desfeito o local do acidente”, disse William Pena.
“Agora, não se pede a prisão preventiva de uma pessoa fundamentando apenas com o que viram no Instagram, que o cara é isso, que o cara é aquilo. Venhamos e convenhamos”, emendou.

‘Como se eu tivesse feito coisa errada’
Em um vídeo gravado dentro do hospital, e obtido pela TV Globo, Bruno Krupp disse ter ocorrido um acidente. Krupp afirma não ter feito nada de errado: “Eu não bebi, não usei droga”.
No vídeo no qual comentou o episódio, Krupp aparece em uma maca e com curativos. Nas imagens, queixou-se de ter sido chamado de “assassino” e negou ter fugido do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, para onde havia sido levado inicialmente e do qual teve alta no domingo (31).
“Eu fui levado de ambulância, não fugi do hospital, não fugi dos médicos. Eu estava morrendo no hospital, os empregados me tratando mal, batendo com a maca no corredor, me chamando de assassino, como se eu tivesse feito alguma coisa errada”, declarou Bruno no vídeo.
“Eu não bebi, eu não usei droga. Foi um acidente, gente!”
No vídeo obtido pela TV Globo, o modelo diz: “Gente, pelo amor de Deus, eu sou a última pessoa que queria que isso tivesse acontecido. Pode ter certeza de que eu queria que o pior tivesse acontecido comigo”.
As informações são do g1