Polícia descobre uma quadrilha que se passava por médicos para exigir pagamentos destinados a custear falsos exames;
Da redação
Policiais civis do Rio de Janeiro realizaram nesta quinta-feira (27) uma operação para prender oito suspeitos de extorquir famílias de pessoas internadas em hospitais de vários estados. Os mandados de prisão temporária foram expedidos pela Justiça de Mato Grosso.
Na ação, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão no presídio de Rondonópolis (MT), onde foram apreendidos celulares e cadernos com anotações sobre o esquema fraudulento.
Segundo a Polícia Civil, de dentro do presídio, os criminosos tinham acesso privilegiado as informações de pacientes internados, como dados pessoais, contato de familiares e tipo de plano de saúde.
Por meio de chamadas telefônicas com celulares, eles entravam em contato com os parentes noticiando um suposto procedimento médico de caráter emergencial, que deveria ser empregado no paciente internado. Vários chips de telefones foram encontras com os bandidos.
Diante da suposta urgência da medida, parentes deveriam fazer depósitos em contas bancárias para viabilizar a realização do exame ou procedimento médico informado. Na ocasião da ligação, uma conta bancária era fornecida pelos criminosos para depósito por parte das vítimas.
Para investigar o esquema, os policiais utilizaram interceptações telefônicas e quebra de sigilo bancário, além de buscas e apreensões. A investigação contou com o monitoramento de 95 mil chamadas telefônicas, que totalizaram 1.930 horas de ligações.
Os alvos da ação dos criminosos eram pacientes e hospitais localizados em diversos estados do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
“GOLPE COVARDE”, DIZ DELEGADO
A quadrilha tinha como alvo preferencial as vítimas do Rio de Janeiro. O delegado Gabriel Ferrando, da 12ª DP (Copacabana), responsável pela investigação detalhou os procedimentos da investigação. Em entrevista ao Bom Dia Rio da Rede Globo nesta sexta-feira (28), ele descreveu a ação dos criminosos como um “golpe covarde”.
Segundo o delegado, o que surpreende os investigadores é a extensão do golpe. Para ele, a escolha do Rio de Janeiro como um dos principais alvos pode ter acontecido pela questão da grande quantidade de hospitais e pelo alto poder aquisitivo das pessoas.
“Eles escolhiam um dia específico e ligavam o dia inteiro para um estado da federação. Nós tivemos a coincidência de pegar um número de golpes do Rio de Janeiro, mas é um golpe de abrangência nacional. As vítimas eram de todo território nacional, todos os tipos de hospitais. Chamou muita atenção a extensão e abrangência do golpe. Ele não se restringe somente ao Rio de Janeiro. É um dos principais estados, seja pelo poder aquisitivo, seja pela quantidade de hospitais de alto poder aquisitivo que as pessoas têm, isso acabava viabilizando o número de ligação”, destacou o delegado.
A recomendação para os parentes que têm familiares internados é que esse tipo de atitude não é comum em procedimentos médicos. O delegado recomenda ainda que os parentes nunca desconfiem em nenhum tipo de ligação.
*Agência VIU! com EBC