O ensino fundamental de Campos (RJ), Norte Fluminense, está sem nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Nos dados divulgados pelo Ministério da Educação, os gráficos correspondentes ao desenvolvimento do município no Ensino Fundamental I e II, o campo que seria destinado as notas correspondentes ao município neste segmento aparece apenas com asterisco (*).
O asterisco, neste caso, significa que o município não teve alunos para avaliação ou que a rede municipal de ensino não apresentou uma clientela suficiente para para ser avaliada.
Já no ensino médio, segundo os dados, o município não atingiu a meta estabelecida de 3,8. A nota ficou em 3,7.
A secretaria de Educação passou por mudanças nos últimos anos. Uma delas foi o fim do critério de aprovação automática. Durante a maior parte do governo Rafael Diniz, a pasta foi comandada pelo ex-secretário Brand Arenari, responsável pelas mudanças adotadas.
Ele chegou a afirmar que sua gestão era inspirada no modelo de Sobral, no interior do Ceará, cidade que tem um dos melhores IDEBs do país.
OUTRO LADO
Em nota divulgada nesta terça-feira (15), a Prefeitura disse que o município ficou sem nota por culpa de um funcionário da secretaria de Educação, que deixou de lançar os dados no sistema.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é calculado a partir de duas bases: o resultado do Sistema Nacional de Avaliação de Educação Básica (Saeb) e o Índice de Aprovação escolar do Município.
“O funcionário da secretaria de Educação, responsável pela parte de Processamento de Dados, que não realizou o procedimento corretamente e não comunicou o ocorrido a tempo de correção, foi afastado”, diz um trecho da nota.
CONFIRA NOTA NA ÍNTEGRA
Por falha humana, houve um erro no cadastramento das escolas da rede municipal na época de inscrevê-las para a realização do Saeb, fazendo com que a maioria delas não pudesse participar. O funcionário da secretaria de Educação, responsável pela parte de Processamento de Dados, que não realizou o procedimento corretamente e não comunicou o ocorrido a tempo de correção, foi afastado.
Na ocasião, foi feita uma reunião explicando a situação aos diretores das unidades escolares que não participaram. Na época, ainda não havia como mensurar as consequências de um erro pessoal e se esperava que a medida fosse, no máximo, impactar na nota e não impossibilitar sua divulgação.
A Smece trabalha desde 2017 de modo a promover um aprendizado efetivo dos estudantes da rede municipal. Entre as ações realizadas estão: o fim da política de aprovação automática na rede municipal, que aumentava a nota final do Ideb, mas prejudicava os estudantes a médio prazo; e o aumento da carga horária de Português e Matemática, de quatro para seis tempos semanais cada, visando melhorar o domínio dos alunos sobre as disciplinas básicas, recuperando a defasagem existente e nivelando à carga horária praticada na rede particular.
São políticas educacionais com resultados a médio prazo, entretanto, alguns frutos já puderam ser colhidos, como a aprovação recorde de estudantes da rede municipal no processo seletivo de ingresso para o Instituto Federal Fluminense (IFF) do ano passado, quando mais de 80 alunos das escolas da prefeitura conquistaram uma vaga na instituição, tendo 10% deles ficado entre os primeiros e terceiros lugares.