Heloisa Helena Viana Eiles tem uma ferida emocional exposta. Ela perdeu o irmão José Ricardo Viana Eiles. O jovem morreu na cidade de Campos dos Goytacazes, na Avenida José Alves de Azevedo, na área central da cidade. Foi perfurado com piso cerâmico durante uma briga de rua. Ela assistiu tudo pelo Instagram.
A cena, mesmo com requinte de crueldade, foi filmada por transeuntes e nesses tempos de corridas loucas por likes, viralizou nas redes sociais. As estocadas atingiram o jovem na altura do pescoço. Ele morreu em via pública, depois de perder muito sangue.
As pessoas que filmaram não ajudaram a apartar a briga, assim como não socorreram a vítima. Heloísa tomou conhecimento da morte do irmão por meio da imagem na rede social.
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Ainda sentindo a dor provocada pelo luto, ela gravou um vídeo para dizer que o irmão morreu por falta de socorro. “O tempo que ficaram filmando a morte do meu irmão, poderiam ter socorrido ele. O médico afirmou que se alguém destacasse o sangue e o levasse para o hospital, meu irmão estaria vivo”, disse.
“Meu irmão morreu e assisti a morte dele em uma gravação no Instagram”, lamentou.
São tempos estranhos. A vida vale menos do que um like em páginas sensacionalistas que inundam as plataformas digitais com cenas de barbaridade. No mundo virtual, as pessoas são mensuradas pelo volume de seguidores e curtidas. Com isso, instituiu-se o vale tudo. O mesmo sangue que vendia jornais impressos nas bancas hoje fazem com as redes sociais distribuam melhor o conteúdo para um público ávido por desgraça.