O Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora (Isecensa) comunicou neste domingo (20), o falecimento da freira Irmã Suraya Benjamin Chaloub.
Com profundo pesar, as Irmãs Salesianas, o Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora (Censa), os Institutos Superiores de Ensino do Censa (Isecensa) e o Censanet comunicam o falecimento de Ir. Suraya Benjamin Chaloub. Ela parte deixando-nos o exemplo de ética, humanidade, empreendedorismo, salesianidade e dedicação ao jovem.
No comunicado, a instituição informa que “seguindo orientações das autoridades de saúde, o velório e o sepultamento foram restritos à família”. “Pedimos a compreensão de todos”, diz um trecho do comunicado.
Às 14h deste domingo, via canal do Isecensa no YouTube, foi realizada uma missa de despedida.
TRAJETÓRIA NA EDUCAÇÃO
A freira salesiana nasceu em Macaé, em 23 de fevereiro de 1932. Era filha de Jorge Chaloub, empresário libanês radicado na cidade e de Alzira Benjamin Chaloub, de família tradicional no comércio exportador do café, sendo a última dos 7 filhos do casal, compreendendo 5 meninos e 2 meninas.
Com belíssima voz de soprano participava das Missas dominicais e festas religiosas com piedade, transmitindo-a aos filhos.
Dos 5 aos 10 anos a pequena Suraya conviveu com a luta de sua mãe contra um câncer na garganta, que a fez sofrer duramente e lhe tirou a vida. Mesmo doente, ela preparou os filhos ainda crianças, dizendo-lhes repetidamente:
“Não fiquem tristes com a perda de sua mãe. Já os entreguei a Nossa Senhora, que cuidará de vocês com muito carinho, sendo-lhes mãe afetuosa. Confiem! Ela nunca lhes faltará na vida.”
Em 1942, após o falecimento da mãe e concluir o ensino primário em Macaé, o pai a matriculou como aluna interna, no Colégio N. S. Auxiliadora, na cidade vizinha, em Campos dos Goytacazes/RJ.
A intenção era proporcionar uma educação integral, religiosa, intelectual, moral e cultural. A vinda para o “Auxiliadora”.
Ainda jovem, aos 17 anos, Suraya integrou um pequeno grupo de profissionais da cidade, que partilhavam de “Estudos Literários e Filosóficos (GELF)” e se exercitavam no tênis como esporte preferido.
Terminados os estudos da Educação Básica em Campos, ingressou com excelentes aprovações na Faculdade Nacional de Filosofia (hoje UFRJ) e no magistério público estadual, onde atuou por dois anos.
INFLUÊNCIA DE DOM BOSCO
A identificação com o modelo de ensino de Dom Bosco e crescente admiração e identificação com seu projeto pedagógico, desenvolveram na jovem Suraya o desejo de abraçar a vida religiosa salesiana.
Iniciou sua atuação na Ação Católica como membro da JUC (Juventude Universitária Católica), participou do Congresso Eucarístico Internacional realizado no Rio de Janeiro em 1955. Ao término deste Congresso se decidiu abraçar a vida religiosa salesiana, no Instituto Religioso das Filhas de Maria Auxiliadora de D. Bosco (FMA) ,pois sempre manteve contato com suas Irmãs do “Auxiliadora”.
Em 1959, após seus primeiros votos religiosos, feitos em Belo Horizonte, MG, foi-lhe dada a oportunidade para realizar seus estudos universitários de Pedagogia, Filosofia e Ciências Religiosas em Turim, Itália e, em 1963, continuar seus estudos em Lyon e Paris, na França.
Voltou ao Brasil em 1964, sendo indicada para a comunidade religiosa de Brasília/DF.
Em 1971, participando ativamente na direção da Associação Nacional da Educação Católica (AEC), da qual foi eleita Presidente em três mandatos trienais distintos, foi indicada para usufruir de uma bolsa de estudos de especialização em Planejamento Educacional, em curso promovido no Chile pela Conferência Episcopal Latino-Americana em parceria com a Unesco.
Voltando do Chile foi nomeada para o Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro para um mandato de 4 anos, até 1974.
Em 1981 foi transferida para a comunidade de Brasília/DF, onde exerceu a função de Vice-Reitora Acadêmica da Universidade Católica de Brasília.
Em 1982 iniciou seu Mestrado na PUC do Rio de Janeiro, tendo sido sua tese de Mestrado indicada para publicação, o que se efetivou com o título de “Processo Pedagógico gerador de uma consciência crítica – uma História de Vida”.
EDUCADORA E HUMANISTA
Em toda a sua vida acadêmica, irmã Suraya sempre se distinguiu não apenas pela capacidade intelectual e crítico-social, mas, sobretudo, como educadora comprometida com um humanismo cristão vivo e atuante.
No exercício da Direção do Instituto N. S. da Glória em Macaé por um triênio na década de 80, imprimiu-lhe o sopro da renovação e da contextualização.
O trabalho de Ir. Suraya como Diretora Geral do Centro Educacional N. S. Auxiliadora, em Campos dos Goytacazes/RJ, nos períodos de 1969 a 1980 e de 1989 a 2016 teve sempre destaque na sociedade local, regional e nacional.