O Twitter removeu uma série de postagens do pastor Silas Malafaia com conteúdo negacionista sobre as vacinas contra a Covid-19. Em uma das mensagens ele chamou de “infanticídio” a vacinação infantil contra a doença. Um total de 11 publicações de Malafaia foram tiradas do ar por violarem as regras da plataforma. As informações são do Jornal O Globo.
“Vacinar crianças é um verdadeiro infanticídio. Os números provam que não há necessidade de fazer isso”, publicou, sem apresentar provas, o líder evangélico.
A mesma publicação foi feita pelo pastor no Instagram, Facebook e YouTube, e segue no ar nessas redes.
Malafaia é um aliado próximo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que também apresenta alegações infundadas sobre a vacinação infantil. Dados oficiais mostram que até o fim do ano passado 301 crianças entre 5 e 11 anos morreram de Covid-19 no Brasil.
A vacinação de crianças já está aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde dezembro do ano passado. A responsável pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid) do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, afirmou que a versão infantil da vacina não teve “nenhuma preocupação séria de segurança” identificada nos testes clínicos e que a análise da Anvisa foi feita de “forma rigorosa e com toda a cautela necessária”.
Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacar a decisão do órgão, o Ministério da Saúde relutou em seguir a recomendação da agência. Porém, na semana passada, a pasta recuou e incluiu o público infantil entre 5 e 11 anos no plano nacional de vacinação contra a Covid-19.
A publicação negacionista de Malafaia gerou uma onda de críticas entre os internautas, que lançaram a hashtag #DerrubaMalafaia pedindo a remoção do post e a suspensão da conta do pastor na rede social.
O Twitter foi procurado para comentar a decisão, mas ainda não retornou. Na semana passada, a rede social foi criticada por usuários, que pediram ação mais rígida contra a desinformação, principalmente em relação à pandemia.
Malafaia criticou o Twitter e afirmou que a medida de apagarem os seus posts é uma “moderna ditadura”:
— Falam em democracia, falam em liberdade de expressão, mas só vale a deles. Eu tenho que rir. Eu fico rindo. Nós estamos vivendo (um período) pior que a ditadura. Porque na ditadura era ditadura mesmo. Todo mundo já sabia. Agora nós temos uma moderna ditadura. Alguém não gosta do que você fala, ou dos seus posicionamentos ideológicos, e vem fazer pressão.