Delegado aposentado da Polícia Civil do Rio, o advogado José Fernando Moraes Alves era um homem de ouro no governo Pezão. Presidiu o Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) e depois foi indicado para o cargo de conselheiro da Agência Reguladora de Transportes do Estado (Agetransp), nomeação que chegou a ser questionada pelo Ministério Público judicialmente.
Agora, pasmem!, ele poderá voltar a presidir o Detro, autarquia que chegou a comandar no governo passado. A indicação atenderia aos anseios de empresários do setor de transportes e tem acolhida no seio do governo de Wilson Witzel.
O ex-delegado tem fama de muito bem relacionado. Fez campanha para ex-deputado Eduardo Cunha e Rafael Picciani, ambos do MDB, e foi suplente de vereador pelo partido.
Ao tentar impedir sua posse na Agetransp no reinado de Pezão, o juiz da 5ª Vara de Fazenda Pública (na ocasião), Wladimir Hungria, alegou que, apesar do notável saber jurídico, Moraes, não atendia ao requisito da experiência profissional na área de transporte.
A decisão judicial atendia a um pedido do Ministério Público do Rio, que lembrou: “Moraes, quando político, recebeu doações eleitorais de empresas citadas na Lava-Jato”. Mesmo diante da decisão, a Alerj bancou a indicação do Palácio e Moraes acabou sabatinado. Sobre o governo Pezão, não precisa dizer como tudo terminou.