Vamos entrar 2018 abraçando a 4ª revolução industrial e assistindo o enterro da “mídia velha”;
Vou chegando ao ano de 2018 sabendo controlar um pouco mais as emoções e pesando as decisões. Perco um pouco do destempero da latinidade e me aproximo do pragmatismo.
É uma virada saudando a 4ª revolução industrial e, por outro lado, lamentando pelos destituídos. Os tempos são alvissareiros para os que anteviram as transformações e desesperador para os comodistas.
Como jornalista que iniciou com uma imprensa ainda na era de Gutemberg, tive a sorte de migrar rapidamente para a plataforma digital (em meados da década de 90) e posso dizer que ainda não se inventou nada igual. As condições de trabalho, a velocidade da informação (graças aos compartilhamentos) e abrangência são inigualáveis. É o enterro da “mídia velha”, que agora (quem diria!), gasta dinheiro patrocinando postagens em Facebook.
São tempos modernos e estranhos. Reduziu-se a presença física nas redações. A máquina vai chegando para fazer o trabalho braçal. O trabalho pesado vai ficando para os robôs que trabalham em nuvens. Quanto às tarefas que exigem raciocínio e opinião, elas continuam com a mão-de-obra qualificada e que compreende as exigências de um novo formato
Para os governos, o ambiente é desafiador. Não há mais espaço para enganação, trapaças e rodeios. Os fatos e o protagonismo virtual retiram as máscaras.
As mudanças, no entanto, trazem percalços. Ainda convivemos com o abismo do analfabetismo digital, com uma sociedade que não consegue acompanhar a dinâmica deste pós-modernismo. Tem ainda o fenômeno “fake news”, que deixou de ser monopólio da imprensa tradicional no Brasil, que sempre lançou mão deste trabalho sujo, com algumas exceções. Não é, portanto, um fato novo na história da imprensa, mas ganhou multiplicidade, maior evidência e relevância. Na contabilização de fatores positivos e negativos, sem dúvida, são tempos melhores e seguirá adiante. Assim como a virada de ano é irreversível, para as mudanças de paradigmas não têm volta. O mundo girou e atropelou os que imaginaram se eternizar na zona de conforto. Feliz ano novo!