Ex-governador do Rio que negava liderar uma organização criminosa, agora se diz um criminoso arrependido e destrói reputações de forma seletiva;
Sérgio Cabral Filho não é apenas líder confesso de uma organização criminosa que operou no Rio de Janeiro por mais de uma década. Admite também ser viciado em dinheiro e poder. Preso no âmbito da Operação Lava Jato, negava e confrontava todas as acusações que pesavam sobre ele.
Agora, em novo depoimento, confessa a existência do propinuto em seu governo, entrega meio mundo, faz insinuações contra o poder judiciário e a cúpula da Igreja Católica no Rio de Janeiro.
O ex-governador gozou de prestígio na era Lula e Dilma. Exerceu grande influência sobre o poder judiciário e os órgãos de controle externo em seu Estado. O jurista ex-procurador do Estado, Luís Roberto Barroso, por exemplo, saiu do seu governo para o Supremo Tribunal Federal (STF). Em seu novo depoimento Cabral diz que indicou um ministro para o STF.
Mas é preciso saber em qual Sérgio Cabral acreditar: no homem público que negava liderar uma organização criminosa ou no gangster arrependido que passa a confessar crimes de forma seletiva, transformando-se em destruidor de reputações.