Levantamento do Serviço de Inteligência Exterior da Rússia aponta o envolvimento dos EUA no golpe militar contra o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, e na crise que paralisa o país, informa a agência de notícias Sputnik Brasil.
O diretor do serviço de inteligência, Sergei Naryshkin afirmou que a interferência nos países da América Latina é faz parte de uma estratégia para instabilizar o continente, prosseguindo com uma iniciativa iniciada na Venezuela.
“Sim, os Estados Unidos estão envolvidos na crise”, respondeu Naryshkin ao responder a pergunta sobre a interferência norte-americana nos episódios da Bolívia
Ele destaca que os eventos que estão se passando na Bolívia e na Venezuela “são a mesma coisa”.
“Isso é evidentemente uma tentativa de abalar [a situação na região]. Isso está no seguimento dos eventos que passaram e estão passando na Venezuela, isso é, em geral, a mesma coisa”, disse Sergei Naryshkin.
Além disso, o funcionário da agência russa opinou que a crise não se resolverá em breve, porque Washington necessita que haja uma crise para “mudar o rumo político” na Bolívia.
ENTENDA CRISE BOLIVIANA
A Bolívia vive uma crise política desde que no dia 10 de novembro, quando o presidente Evo Morales renunciou à presidência, pressionado pelas Forças Armadas e pela Polícia. Ele enfrentou várias semanas de protestos pela suspeita de fraude nas eleições de 20 de outubro, quando foi reeleito para um quarto mandato.
Logo que Morales foi asilado pelo México, a senadora opositora Jeanine Áñez se autoproclamou presidente sem passar pelos procedimentos legislativos previstos em umas sessões do parlamento que não tinham o quórum requerido. A investidura de fato de Áñez foi chancelada pelo Tribunal Constitucional.