Militantes terroristas foram mortos tentando fugir a nado pelo Rio Tigre; EUA pretendem investir mais de US$ 1 bilhão na guerra ao EI em solo iraquiano;
Da redação
O primeiro ministro do Iraque, Haidar Al Abadi, anunciou neste domingo (9) que as Forças Armadas do país conseguiram recuperar o controle de Mosul, cidade que foi tomada por integrantes do grupo terrorista Estado Islâmico. Segundo ele, a cidade está “liberada”. Mosul é a segunda maior cidade do país.
Al Abadi visitou a cidade na manhã de hoje e felicitou os combatentes pela “grande vitória”. O anúncio foi feito na conta oficial do primeiro-ministro no Twitter.
De acordo com o comandante das Forças Antiterroristas do Iraque, Ali Awad, ainda há regiões fora da cidade que são focos de resistência do Estado Islâmico. Segundo o comandante, as tropas do grupo terrorista estão revidando com ataques mais violentos, como atos suicidas com explosivos.
Ao chegar a Mosul neste domingo, o primeiro-ministro iraquiano parabenizou as Forças Armadas por sua “vitória” após quase nove meses de guerra urbana, pondo um fim aos três anos de comando jihadista na cidade.
RASTRO DE DESTRUIÇÃO
A batalha deixou grandes partes de Mosul em ruínas, matou milhares de civis e desalojou quase um milhão de pessoas. O Estado Islâmico, entretanto, ainda controla territórios no Iraque e deve voltar a táticas insurgentes mais convencionais como bombardeios no momento em que seu auto-proclamado califado é desmantelado.
“O comandante das Forças Armadas (primeiro-ministro) Haider al-Abadi chegou na cidade liberta de Mosul e parabenizou os combatentes heróicos e o povo iraquiano pela grande vitória”, disse seu gabinete em comunicado.
Os corpos de militantes mortos estão estirados nas estreitas ruas da Cidade Velha de Mosul, onde o Estado Islâmico organizou a última posição contra as forças iraquianas apoiadas pela coalizão liderada pelos EUA.
O grupo jurou “lutar até a morte” em Mosul, mas o porta-voz do Exército iraquiano, general-brigadeiro Yahya Rasool, disse à TV estatal que 30 militantes haviam sido mortos tentando escapar nadando o Rio Tigre, que divide a cidade.
Encurralados em uma área cada vez menor, os militantes recorreram à estratégia de enviar mulheres-bomba entre os milhares de civis que estão saindo do campo de batalhas feridos, mal-nutridos e temerosos.
A batalha também provocou entusiasmo entre as forças de segurança do Iraque.
O governo iraquiano não revela números de mortos, mas um pedido de financiamento do Departamento de Defesa dos EUA afirmou que o Serviço de Contra-Terrorismo de elite, que liderou a luta em Mosul, sofreu 40 por cento de perdas.
O Departamento de Defesa pediu 1,269 bilhão de dólares em fundos do orçamento norte-americano para 2018 para continuar apoiando forças iraquianas.
Faz quase três anos que o líder do grupo de linha dura Abu Bakr al-Baghdadi proclamou o “califado”, que abrange a Síria e o Iraque do púlpito da mesquita medieval Grand al-Nuri.
Abadi declarou o fim do “estado de falsidade” do Estado Islâmico há uma semana, após forças de segurança retomarem a mesquita – ainda que apenas depois que os militantes em retirada a explodiram.
As Nações Unidas previram que custará mais de 1 bilhão de dólares para reparar a infraestrutura básica em Mosul. Em algumas das áreas mais afetadas, quase nenhum prédio parece ter escapado ao dano e a densa construção de Mosul significa que a extensão da devastação pode ter sido subestimada, disseram autoridades da ONU.
*Com EBC e Reuters