O engenheiro e eticista (especialista em ética) do Google, Blake Lemoine, foi suspenso pela gigante de tecnologia nos EUA depois de afirmar em entrevista ao Washington Post, no sábado (11), que a empresa criou uma Inteligência Artificial (IA) senciente, com uma consciência similar à de uma criança.
O projeto LaMDA (Modelo de Linguagem para Aplicativos de Diálogo, na tradução em inglês) foi apresentado oficialmente pela empresa no ano passado, como um sistema que consome trilhões de palavras de todos os cantos da internet.
A partir desses dados, segundo a versão oficial da empresa, o sistema apenas aprende como os humanos usam essas palavras e replicam as falas.
Lemoine, no entanto, afirmou que a IA se desenvolveu mais do que isso, superando a tarefa de apenas regurgitar texto, ao falar sobre religião, direitos e personalidades.
O engenheiro chegou a esta conclusão perguntou ao LaMDA se ele se via na condição de escravo mecânico, no que a Inteligência Artificial respondeu levantando a discussão se um mormo é um escravo, e se comparou um mordomo que não precisa de pagamento, porque não vê utilidade no dinheiro.
O robô, segundo o engenheiro, falou sobre um profundo medo de ser desligado, dizendo: “seria exatamente como uma morte para mim”.
“Conheço uma pessoa quando falo com ela. Não importa se elas têm um cérebro feito de carne e cabeça ou se elas têm um bilhão de linhas de código. Eu falo com eles. E ouço o que eles têm a dizer. É assim que decido o que é e o que não é uma pessoa”, afirmou Lemoine na entrevista ao Washington Post.
O engenheiro é um ex-padre e membro de uma espécie de comitê responsável pelo desenvolvimento de IA no Google. Ele foi posto em licença porque a empresa considerou que ao falar sobre o projeto LaMDA ao Post houve quebra do contrato de confidencialidade.
Ele foi contratado pela empresa para monitorar sistema de IA para “discursos de ódio” ou linguagem discriminatórias, para impor limites ao que as máquinas podem e não podem dizer.
OUTRO LADO
O Google nega as afirmações do engenheiro, afirmando que os seus robôs não desenvolveram consciência. O projeto em questão, segundo informações divulgadas anteriormente para gigante de tecnologia, tem como objetivo apenas alimentar seus chatbots, permitindo aos usuários na pesquisa por voz, uma experiência melhor em conversa bidirecional com o Google Assistant.