A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou em reportagem da Hispantv que os resultados da guerra de 20 anos promovida pelos Estados Unidos e seus aliados no Afeganistão, levou o país da Ásia Central à beira de uma catástrofe humanitária
Ela destacou que a catástrofe continua crescendo devido às medidas adotadas pelo governo Joe Biden.
“A ironia é que os americanos prometeram ajuda humanitária aos afegãos, mas congelaram seus ativos nos bancos (americanos). Não está claro quando esses ativos chegarão aos seus legítimos proprietários”, disse Zakharova.
“O Departamento de Defesa dos EUA (o Pentágono) transformou o Afeganistão em um “buraco negro de corrupção”, disse a porta-voz.
Em 24 de novembro, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou que o Afeganistão está entrando em uma crise humanitária com o aumento da fome, desencadeada pela seca e pela retirada da ajuda financeira do Ocidente, depois que o Talibã tomou o poder em agosto.
Antes disso, a economia afegã dependia de ajuda internacional que representava 75% da arrecadação do Estado.
Atualmente, o país enfrenta uma crise de liquidez, já que os ativos permanecem congelados nos EUA e em outros países, e os desembolsos de organizações internacionais foram suspensos.
De acordo com alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), um milhão de crianças afegãs correm o risco de morrer de desnutrição aguda até o final deste ano.
Recentemente, a porta-voz da OMS, Margaret Harris, ressaltou que “a comunidade internacional não deve e não pode dar-se ao luxo de virar as costas para o Afeganistão, um país devastado pela guerra que vive um de seus piores momentos após a partida apressada de tropas estrangeiras, lideradas pelos Estados Unidos”.
O Talibã, que governou o Afeganistão de 1996 a 2001, recuperou o controle de quase todo o país depois que tomaram Cabul em 15 de agosto, sem qualquer resistência das forças governamentais treinadas pelos EUA.
O colapso do Afeganistão ocorreu logo após a fase final da retirada das forças americanas, à frente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que invadiu o país asiático em 2001, sob o pretexto de combater o terrorismo, depor o Talibã e dar apoio técnico ao Exército afegão.
No entanto, além de não cumprir seu objetivo, a situação piorou devido à onda de deslocados que buscam deixar o território nacional devido à escassez e medo da guerra civil.