Executado por mercenários na quarta-feira (07), em sua residência, o ex-presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foi torturado antes de morrer. A informação é do primeiro-ministro interino Claude Joseph.
As forças de segurança do país já prenderam 28 envolvidos no assassinato, entre eles 26 mercenários colombianos e dois norte-americanos. Todos estão sob custódia.
“Mercenários vieram à casa do presidente. Eles o torturaram e o mataram. Nós acreditamos firmemente que vai ser feita justiça ao presidente Jovenel Moïse”, disse o primeiro-ministro durante coletiva de imprensa na sexta-feira (09).
Após o crime, Joseph decretou estado de exceção por duas semanas. Segundo informou, a medida foi necessária para fazer justiça à família do presidente assassinado.
DISPUTA PELO PODER
Claude Joseph foi nomeado primeiro-ministro por Moïse, interinamente, em abril deste ano, após a renúncia de Joseph Jouthe, que o antecedeu no cargo.
No dia 6 de julho, um dia antes do assassinato, o presidente nomeou para o cargo Ariel Henry, mas ele não chegou a ser empossado. Ao ser questionado sobre a luta pelo poder político, o primeiro-ministro interino que permanece no cargo disse desconhecer a luta pelo poder::
“Não sei se há luta pelo poder. Não estou atento […] Estou concentrado em fazer justiça ao presidente Jovenel Moïse […] mas eu era primeiro-ministro interino. Depois da trágica morte de Jovenel Moïse, eu tinha que assumir o comando e eu fiz isso”, disse.
Mas a tomada de poder pelo primeiro-ministro é considerada inconstitucional. Contudo, ele tem apoio dos EUA e da ONU.
Na sexta-feira (09), o Senado haitiano, única instituição com autoridades eleitas que restou no país, elegeu o presidente da Casa, Joseph Lambert, como líder interino do país.