Obra de alto gabarito acadêmico, Poetas Brasileiros Modernos MOSAICO (CRV, 2021) vem preencher uma lacuna nos estudos acadêmico-científicos na área da Teoria e História Literárias e Literatura Brasileira. Organizada por mim e pelas Profas. Dras. Elizabete Gerlânia Caron Sandrini, Cinthia Mara Cecato da Silva e Cláudia Fachetti Barros, esta publicação recentemente lançada – janeiro de 2021 – é uma Antologia, volume 1, de uma coleção da Editora CRV, Cutitiba (PR), antologia de artigos crítico-literários, depoimentos e estudos especiais, sobre obra ou recorte de obra, cuja organização, em linhas gerais – inclusive a escolha dos poetas estudados e colaboradores – , seguiu critérios de convite a figuras da vida acadêmica e cultural brasileira que já foram nossos parceiros em outras produções, privilegiando 3 acadêmicos campistas, e sua aceitação, especialistas no assunto em pauta e/ou também pela escolha do poeta a ser analisado.
Assim, à proporção que caminhou o imenso trabalho de preparação do volume, tomávamos providências e negociávamos a edição com a Editora CRV, que nos acolheu na edição desta obra depois de análise de sua importância pelo comitê científico da Editora. Alguns colegas não puderam aceitar o convite por causa de compromissos já assumidos e estarão certamente conosco em uma ocasião futura.
Porém, nós, organizadores e também participantes da escrita da obra, acreditamos ter conseguido reunir um bom time que nos proporciona uma obra até mais extensa e mais rica do que a que fora planejada inicialmente. Foi lançada em Live, em janeiro, ocasião em não pude reunir, como sempre faço, amigos e convidados para o coquetel de lançamento pelo impedimento da COVID-19. Mas, de gosto, estamos todos, sem exceção, orgulhosos do trabalho e de seu resultado final.
Com Prefácio de Italo Moriconi (UERJ), o que nos deu imenso prazer, participam desta antologia crítica, Poetas Brasileiros Modernos MOSAICO, os seguintes autores: Adriano Carlos Moura (IFF-Campos), Arlete Parrilha Sendra (Uenf), Cinthia Mara Cecato da Silva (Semed-ES), Cláudia Fachetti Barros (Sedu-ES), Deneval Siqueira de Azevedo Filho (Ufes/ Fairfield), Elizabete Gerlânia Caron Sandrini (Ifes/Campus Colatina), João Vicente Gomes de Alvarenga (UFRJ), Lucia Helena (UFF/UFRJ/CNPq). Luís Eustáquio Soares (Ufes), Mirella Marcia Longo Vieira Lima (UFBA/CNPq), Raimundo Nonato Barbosa de Carvalho (Ufes) e Suzi Frankl Sperber (Unicamp). Estes são, na verdade, os responsáveis pelo volume 1 da Coleção Antologias da Editora CRV (2021).
Cabe aqui citar Italo Moriconi que no prefácio da Antologia nos diz:
São todos ensaios de fôlego. Alguns deles trabalham a partir de uma visão de obra completa ou quase completa, como os de Adriano Carlos Moura sobre Manoel de Barros, Arlete Parrilha Sendra, sobre Mario Quintana, João Vicente Gomes de Alvarenga sobre Ferreira Gullar, Lucia Helena sobre Cecilia Meireles. A visão geral da obra analisada em nenhum caso impede a precisão na análise pontual. Outros realizam recortes significativos, informados por teorias contemporâneas, como Elizabete Gerlânia Caron Sandrini sobre o rizoma deleuziano como entrada para a leitura da poética de João Cabral ou Cinthia Mara Cecato da Silva sobre os poemas negros de Jorge de Lima, importante resgate, neste momento em que a literatura negra se impõe sobre a formação canônica da literatura brasileira. Cabe mencionar a atenção dada à poética da linguagem, como na pertinente e original leitura de Manuel de Barros enquanto elaborador de uma linguagem do devir (o conceito aqui também deleuziano).
Resgate é o que faz Deneval Siqueira de Azevedo Filho, ao recuperar textos de Manuel Bandeira que andavam esquecidos, como o seminal Itinerário de Pasárgada. Entrelaçam-se o relato autobiográfico da formação poética do objeto de estudo, ao do próprio sujeito do discurso crítico. Esse muito contemporâneo entrelaçamento entre a crítica e a autobiografia ou a biografia também desempenha papel importante no ensaio de Alvarenga sobre Ferreira Gullar. Com suas informações biográficas, ajuda a iluminar, de maneira a meu ver renovada, o desenrolar da trajetória do autor de “Poema Sujo”. Igualmente marcante é o recorte de Mirella Márcia Longo Vieira Lima, perseguindo o tema do masculino em Drummond, num tempo em que os estudos de gênero às vezes esquecem a urgência de repensar o masculino diante do empoderamento feminino. O feminino transcendental, até mesmo abstrato, é o que Cláudia Fachetti Barros recupera da poesia de Vinícius de Moraes, refazendo o percurso de sua poética primordial, que de alguma forma reverberou na fase por assim dizer cancionista. Por sua grandeza, Drummond comparece ainda em outro ensaio, de sólida base conceitual, assinado por Suzi Frankl Sperber.
Os exemplares podem ser adquiridos em formato físico ou digital no site da Editora CRV, ou ainda, comigo, com desconto de 20%. É uma leitura de fôlego, pois o livro, a obra é uma antologia de fôlego!