Diz o ditado popular que “quem semeia ventos colhe tempestades”. O primeiro ano da nova década começa com alta temperatura e mudança nos preços relativos liderados pelo ouro negro.
Não esqueçamos que se trata de ano eleitoral no país líder do mundo capitalista (EUA), envolto em embates legislativos e lances recheados de simbolismo patriótico. Neste cenário, o conflito EUA, IRÃ e IRAQUE cai como uma luva. O orçamento militar americano é de quase US$ 800 bilhões por ano. Portanto…
A geopolítica abrange os fenômenos históricos e políticos tendo por objetivo interpretar a realidade global e envolvendo o estudo de guerras, conflitos, disputas ideológicas e territoriais, questões políticas e acordos internacionais. Tudo isso, focando o estudo das perspectivas geográficas e históricas, para assim, oferecer explicações e reflexões sobre os temas atuais. Apoiando-se em diversas áreas do conhecimento, como a história, as ciências sociais, a política e a economia.
O interesse americano no Oriente Médio fundamenta-se na garantia do abastecimento do petróleo (a região detém 40% da oferta diária de óleo e gás), bem como nos interesses corporativos de suas grandes empresas e na contenção do expansionismo chinês – o maior importador de petróleo que movimenta a “fábrica do mundo” e costura, com grande habilidade, a construção da “nova rota da seda”.
Uma nova escala da cotação internacional do petróleo e o risco de bloqueio do Estreito de Ormuz – situado na entrada do Golfo Pérsico, entre a Península Arábica e o Irã cria um clima tenso. Trata-se de uma via marítima estratégica por onde transita mais de 40% do petróleo mundial e 20% de transporte marítimo. De pequena extensão, tem 54 km de largura mínima e seu trecho mais largo não passa de 100 km.
Portanto, naquela região em conflito, a intensificação das tensões gera ganhos monetários de curto prazo para a OPEP, para a Rússia e até para o país da jabuticaba – produtor de óleo da camada pré-sal.
Mas, em contrapartida, traz fortes temores na Europa, no Japão e demais países asiáticos importadores do “óleo negro”. Petróleo caro, traz inflação internacional, juros nominais maiores, trava o comércio internacional, reduzi o potencial de crescimento da economia internacional e da geração de empregos.
No Brasil, onde de cada dez reais gastos pela classe média com gasolina, 44% são impostos federais e estaduais. E de cada 10 reais de despendido com o diesel (que movimenta cargas), 24% são tributos.
Uma nova escalada de preços derrubaria a tênue recuperação do poder de compra dos salários das famílias, com implicações negativas sobre o resto da economia. Esta, por sinal, já está sofrendo baixo dinamismo, em função da Lei do teto de gastos federais, da contra-reforma previdenciária, do salário mínimo sem aumento real e pela nova lei trabalhista precarizando os novos empregos criados.
Portanto, a quem interessa este estado de coisas? Tire você caro leitor suas próprias conclusões.