Imagine um aplicativo que permita ao usuário aferir a pressão arterial por meio de um smartphone. Ou que substitua uma consulta médica, fazendo até prescrição de medicamentos.
Um carro com piloto automático, entrega de pizzas e remédios com uso de drones e robôs invadindo o mercado de trabalho de forma cada vez mais acelerada.
Não são realidades distantes. Estão presentes com o advento da revolução 4.0, que promete maior comodidade, avanços em processos de produção, comunicação e transporte, mas que ameaça milhares de empregos.
São dezenas de profissões que serão extintas em curto espaço de tempo, milhares de empresas que serão sufocadas por novos modelos de negócios, sem que o ensino tenha acompanhado a dinâmica.
Estamos diante de milhares de pessoas vivendo em estágio de vulnerabilidade social e econômica, algo que deverá se acentuar, já que a busca primordial neste estágio de desenvolvimento não é o bem estar, continua sendo a acumulação de capital.
Se avançamos no espaço tecnológico, regredimos em termos civilizatórios, com ataques ao sistema de seguridade social, avanço da segregação e da política de ódio. A fronteira que separa a renda de ricos e pobres é cada vez maior.
É paradoxal: o mundo que atinge feitos extraordinários em termos de inovações e descobertas, é o mesmo que mergulha na insanidade e ambição desmedida. Os governos e as instituições não regulam. Se compactuam no andar de cima. Há excesso de riqueza e carência de líderes.