Na atual conjuntura ninguém morrerá de tédio, mas do coração…|
O ano começou nervoso na conjuntura internacional. No Oriente Médio, um conflito entre Irã e Arábia Saudita mexeu com a cotação internacional do petróleo – hoje em declínio pelo excesso de estoques nas principais praças mundiais.
Um primeiro desafio para decifrar é até onde vai esta forte contração da demanda pela principal fonte energética mundial. Pelo segundo ano consecutivo, as grandes empresas produtoras de óleo e gás anunciam desaceleração de suas intenções de investimentos e redução de seus quadros de funcionários.
O Brasil com sua acelerada expansão na produção na camada pré-sal e o Estado do Rio de Janeiro, onde a indústria extrativa representa 16% do PIB acompanham esse desenrolar com expectativas e preocupações.
Outro enigma é quanto ao futuro da “fábrica do mundo” – a China e suas constantes surpresas. Por lá, a produção industrial continua em queda. O Brasil tem no gigante asiático um importante parceiro comercial. Vende produtos para lá anualmente na faixa dos US$ 35 bilhões de dólares – notadamente minério de ferro (também exportado pelo Porto do Açu no interior do Estado do Rio), alimentos e mais recentemente, petróleo.
Outro enigma refere-se ao comportamento futuro do Banco Central americano, no manejo de sua taxa de juros. Uma aceleração da taxa praticada na maior economia do planeta deixaria, ainda mais vulneráveis, todas as economias dependentes de financiamento em dólar para fechar suas contas externas, como é o caso de nosso país.
Dólar mais caro representa um empobrecimento relativo de todos nós consumidores brasileiros, pois os alimentos sobem de preços (café, soja, pão, carne, frango), os combustíveis sofrem variação de preços, os eletrodomésticos ficam ainda mais caros e as viagens ao exterior mais raras. Um problema!
Mas, o mais importante enigma refere-se ao desenrolar do quadro político interno. Diante do andamento da chamada operação Lava Jato, nossa gloriosa classe política vive momentos de angustia. Nesse campo, também vamos acompanhar o pedido de afastamento da chefe do executivo e, ao final do ano, uma importantíssima eleição municipal que historicamente representa sempre a antessala do pleito presidencial que chegará em 2018.
Resumo da ópera. De tédio ninguém corre o risco de morrer. Já do coração…