Em 2022, a luta política será entre os que ralam todo santo dia e um time de “encostados”, ou seja, os acostumados a viver às custas do Fundo Público. A maioria quer terra/moradia, pão e paz e uma minoria quer manter privilégios. O resto é lenga-lenga.
O primeiro exemplo: Depois de mais um aumento da taxa de juros Selic pelo Banco Central (o que vai encarecer o crédito imobiliário, o capital de giro e o crédito ao consumo), fica nítido o desencontro entre os mesquinhos interesses do “andar de cima” da sociedade e o conjunto do povo.
No país que concentra o segundo maior rebanho bovino do mundo, estranhamente, expande-se a parcela de sua população que precisa disputar, em longas filas, os ossos de carcaças sobrantes das exportações de cortes nobre das carnes para alimentar os povos de outros continentes.
Ao mesmo tempo, cada ponto percentual de juros da Dívida Pública Federal custa aos cofres públicos 50 bilhões de reais por ano, montante que cobriria toda política do Bolsa Família em 2022.
Para obter qualquer sucesso nesta empreitada para virar esse jogo, uma saída crível, é a planejada expansão do gasto público, através da superação das amarras do “teto de gastos”, como forma de acelerar o investimento em infraestrutura urbana, ambiental, social e logística, bem como as transferências de renda, cujo impacto sobre as importações é baixo, mas ao mesmo tempo, o gasto social e seu efeito multiplicador é altamente positivo sobre o crescimento do mercado final da economia que anda cambaleante.
Outro exemplo: Desvalorizações do câmbio tem forte efeito inflacionário, reduzem o salário real e a propensão marginal a consumir da economia, embora possa ter efeitos de redução no comportamento dos coeficientes de conteúdo importado. Vejamos o caso dos combustíveis. Ele suscita uma pergunta básica, afinal quem manda no Estado?
Gasolina a 7 reais tem como contrapartida o seguinte:
O conselho da Petrobras aprovou recentemente o pagamento de nova antecipação da remuneração aos acionistas (60% estrangeiros) relativa ao exercício de 2021, de 31,8 bilhões de reais, ou o equivalente a 2,437865 reais bruto por ação preferencial e ordinária em circulação, informou a companhia ao mercado.
Essa distribuição se soma aos 31,6 bilhões de reais anunciados em 4 de agosto, totalizando 63,4 bilhões de reais em antecipação aos acionistas relativa ao exercício de 2021. Senhores sortudos esses!
Uma minoria ganha e uma maioria sofre. Afinal, não custa lembrar que a produção numa economia mercantil de produção de mercadorias e seus “fetiches”, não é determinada pelo estoque de capital, mas pela demanda efetiva, oriunda daquelas famílias que podem e estão dispostos a pagar o preço da produção corrente e garantir rentabilidade e lucro para às empresas. Daí a imperiosa necessidade, com urgência, de garantir novas injeções de poder de compra monetário na economia, via crédito e gastos autônomos.
A eutanásia do modelo rentismo, que agrada apenas uma minoria precisa ser politicamente garantida nas ruas, como forma de salvar empregos produtivos e pequenos negócios esmagados pela concentração do capital. O otimismo da ação vai prevalecer!