O diploma superior continua como um passaporte para melhores colocações, acesso a concursos e boas remunerações no nosso país. Com maior escolaridade, a força de trabalho torna-se mais produtiva e útil no processo de acumulação de capital.
Nas cidades interioranas, o ensino universitário movimenta também o mercado imobiliário de compra, venda e aluguéis.
De acordo com o professor Roberto Moraes, do Instituto Federal Fluminense, o número total de matrículas nas Instituições de Ensino Superior (IES) no ERJ segue caindo desde o pico em 2018, quando chegaram a 544 mil matrículas.
Em 2019 ocorreu uma queda de 5% e 4,3% em 2020, chegando a 494.616 matrículas. Porém, a expansão na rede pública segue avançando e quase dobrou o número de matrículas, desde o ano de 2003.
Afirma o pesquisador e blogueiro que, desde 2016, houve um freio na expansão do número total de universitários, embora o movimento de crescimento no setor público tenha continuado, por conta do impulso dos programas das universidades e institutos federais no Estado do Rio de Janeiro pensado nos governos progressistas.
Por outro lado, no período de 15 anos, entre 2003 e 2018 ocorreu uma evolução de 36%, saindo de 420 mil para 544 mil matrículas no ensino superior presencial que no ano de 2019 era desenvolvido em 42 (46%) dos 92 municípios fluminenses.
O centro com maior contingente de universitários é a cidade do Rio de Janeiro, com pouco mais de 260 mil alunos. Em segundo lugar vem Niterói com quase 53 mil estudantes.
Na terceira posição vem outra cidade na Região metropolitana do Rio, ou seja, Nova Iguaçu com quase 25 mil universitários. No interior, a cidade que lidera é Campos dos Goytacazes, com 18 mil alunos universitários.
No norte fluminense, temos ainda Macaé com quase 10 mil alunos e na Baixada Litorânea temos na cidade de Rio das Ostras com 2 mil universitários e Cabo Frio com quase 8 mil. No noroeste do estado, a cidade de Itaperuna possui cerca de 8 mil universitários.
Comentando, especificamente, a situação do núcleo universitário em Campos, o pesquisador constata uma queda em 2020, de 5% em relação ao número de matrículas do ano de 2019, embora, seja uma redução até pequena, se considerarmos a ocorrência da Pandemia, oficializada em março de 2020.
Em números absolutos, a queda foi de 987 matrículas. Caindo de 19.037 matrículas em 2019, para 18.050 universitários na graduação presencial, em 2020, no município de Campos dos Goytacazes, RJ.
Entretanto, ressalta Roberto Moraes em seu blog que, se forem acrescidos a estes números, as 7.339 matrículas na Educação à Distância (EaD) elas totalizaram 25.389 graduandos em 2020 no município petrorrentista e produtor de açúcar e álcool.
O número caiu mais nas instituições privadas, retraindo de 10.487 universitários para 9.543 matrículas. Já nas quatro instituições públicas o número de matrículas regrediu menos, de um total de 8.550 para 8.507 universitários.
Em termos percentuais o crescimento das vagas nas instituições públicas subiu para 47%, quando em 2003 era de apenas 17%, ao passo que nas instituições privadas reduziu de 83% para 53%, embora ainda seja maioria no município de Campos dos Goytacazes, assim como em quase todo o país.