“Deixo de comer para dar aos meus filhos”, foi a frase dita por uma chefe de família. No ano passado, quando esta trabalhadora ficou desempregada, mais de 96% dos postos de trabalho fechados eram ocupados por mulheres, muitas delas mães solteiras.
Segundo o IBGE, 11,5 milhões de mães cuidam dos filhos sozinha no Brasil. A insegurança alimentar é mais grave nesses lares, justamente porque as mulheres foram as mais prejudicadas pela falta de emprego e perda de renda na pandemia, como mostrou o inquérito nacional sobre insegurança alimentar no contexto da pandemia de Covid-19 no Brasil.
Como amante da sétima arte cito a película de Ken Louch (cineasta inglês) sobre as agruras de um “empreendedor” do aplicativo Uber e seu sofrimento e empobrecimento, depois de perder seu emprego em plena Londres- centro financeiro de primeira linha no mundo. Sua família foi também quase devastada pela crise social.
Enquanto a classe trabalhadora sofre, o andar de cima do edifício social brasileiro acumula lucros incessantes. A série Succession disponível no streaming (HBO) mostra com clareza, que esse time trabalha muito pouco e conspira 24 horas, contra seus pares e governos de plantão considerados “não confiáveis”.
De fato, o único poder almejado pelo cidadão comum nesta época festiva de virada de ano, na terra do juro abusivo, é poder aquisitivo para sobreviver a tanta carestia.
Para o ano de 2022, as prioridades da grande maioria da população seriam melhores empregos, mais oportunidades produtivas, menor instabilidade e incerteza na área da pandemia e seu reflexo na saúde pública e melhor infraestrutura social.
Este ano que se encerra também foi de um trabalho profícuo do Portal VIU! suas plataformas na defesa dos grandes interesses do cidadão interiorano fluminense. Que assim continue em 2022. Boas festas a todos.