Gente honesta, bem resolvida e sincera não dá opinião sem conhecimento e reflexão. Entretanto, quando se está frente a frente com alguém qualificado, estudioso e bem orientado como é o caso do Ciro Gomes, a cautela deve ser redobrada. É preciso estudar, para não se passar vergonha ou ser visto como incapaz e desinformado.
Foi o que aconteceu com o apresentador de programas Eduardo Oinegue na entrevista do Canal Livre. No programa, Oinegue teimou em afirmar que Sociedades de Economia Mista não são S/A e que o Presidente da República não tinha ingerência sobre os preços da Petrobrás.
Mais tarde, parecendo dispor de um roteiro para desqualificar o candidato e colocá-lo em contradição, passou a provocar o entrevistado, recebendo respostas desconcertantes. Um fiasco!
Lembro-me agora de um debate na Band sobre a reforma da previdência, onde todos os debatedores tinham uma única opinião. Mitre e Boechat faziam uma verdadeira pregação ou peça de propaganda, onde parecendo religiosos e/ou militantes apresentavam as crenças do mercado financeiro acerca do tema. Não havia contraditório. Por isso se afinam com personagens totalitários.
Nos dois programas de televisão a equipe parecia haver se preparado não para encontrar uma visão, um olhar, a partir da apreciação dos temas enfrentados mas, sim, para produzir propaganda (negativa do Ciro e favorável à reforma), não entregando informação isenta e de qualidade, recusando ao público a oportunidade de compreender, refletir e escolher.
No programa recente, para sorte dos telespectadores, não contaram com as habilidades e conhecimentos de Ciro Gomes e, assim, terminaram gaguejando – Mitre, demonstrando ansiedade – Adriana e passando-se por desinformado e tendencioso – Eduardo Oinegue.
Ao perceber que perdia totalmente o controle do rumo da entrevista, Adriana demonstrou nervosismo evidente. Fica uma pergunta: Afinal, eles estavam tentando obter informações ou dar a Ciro um perfil pré- contratado por algum assinante?
Ciro acabou por salvar a entrevista ao não lhes permitir conduzir tendenciosamente o programa. Contudo, o ocorrido é lamentável para a história do jornalismo contemporâneo.