Começou neste domingo (27), o que alguns analistas consideram como os preparativos da “festa da democracia”, ou seja, o momento em que o voto popular concede autorização para que uma parcela da elite política da cidade defina as prioridades do gasto público, por um período de quatro anos. Tudo isso num ambiente de queda de interesse do cidadão comum pela política rasteira predominante.
O grande desafio será reconstruir as cadeias produtivas industriais, comerciais e de serviços na cidade, dado que a pandemia, simplesmente, afetou o circuito de formação do emprego, da renda e do gasto, de tal maneira, que quase colapsou a demanda e a oferta de bens e serviços, de modo simultâneo, na economia local. Uma crise, de caráter internacional de grandes proporções que vai exigir muita engenhosidade para ser superada exigindo uma nova “concertação”, no âmbito local.
Não fosse a transferência de 600 milhões de reais para os 177 mil beneficiados cadastrados na Caixa Econômica Federal para receber o Auxílio Emergencial, a crise seria ainda mais grave, pela completa ausência do poder público municipal na área de assistência social, aquele direcionado ao segmento mais vulneráveis na cidade.
Praticamente, todas as classes sociais mostraram quedas, em relação ao 1º semestre de 2019, tanto no total da massa de renda semestral, como na média mensal familiar, com exceção da classe de renda E – onde estão os mais pobres – que tiveram acréscimo de 61,5% durante os meses de auxílio emergencial considerados.
Nos primeiros quatro meses, segundo dados da própria Caixa Econômica Federal e divulgados pelo portal VIU, o auxílio emergencial em Campos injetou no município R$ 335 milhões. Isso dividido dá uma média de 84 milhões todo mês. Com essa nova configuração de R$ 300 teremos e mais quatro parcelas em torno R$40 milhões vão circular na economia local. A folha nominal da Prefeitura, por exemplo atinge R$ 75 milhões mensais, incluindo aposentados e pensionistas.
Numa economia local que, em 2019, o setor privado movimentou 14 bilhões de reais na geração de bens e serviços, o desafio será buscar controle e transparência das contas públicas para abrir espaço para o investimento público, capaz de concluir várias obras paralisadas na cidade. E fazer uma gestão financeira para garantir pagamento em dia dos fornecedores e prestadores de serviços do poder público.