As lições que os jovens e empreendedores podem aprender |
*Por Augusto Dutra |
O mundo empresarial pode aprender muito com a Universidade de Stanford, ou melhor, a Universidade Leland Stanford Jr. É valioso entender um pouco mais dessa magnífica instituição de ensino, que é considerada a Meca da inovação.
Fundada no dia 1º de outubro de 1891 e localizada em Palo Alto, na Califórnia, a Universidade de Stanford iniciou suas atividades contando com 15 professores no primeiro ano, que foi ampliado para 49 no ano subsequente. Com um aporte financeiro considerável, pôde atrair professores de renome internacional, e que por sua vez, atraiu os melhores alunos do mundo para seu campus.
A partir daí, Stanford se tornou rapidamente uma referência para as demais Universidades de todo o mundo. Considerada um ícone da inovação, podemos listar algumas das empresas cuja tecnologia e ou plano de negócio emergiu nos seus centros de pesquisa:
Google, Hewlett-Packard, IDEO, Linkedln, Logitech, Netflix, NVIDIA, Yahoo!, Instragran, Tesla Motors, eBay, Nike dentre outras.
Mas a história da sua fundação foi uma consequência de uma tragédia familiar, a morte do único filho do senhor Leland Stanford e da senhora Jane Stanford, o Leland DeWitt Stanford Jr.
Senhor Leland Stanford era extremamente rico, e essa riqueza se deu em função de ter se mudado para São Francisco durante a corrida do Ouro em 1856. O seu filho nutria uma paixão pelas máquinas, história, natureza, além de outros idiomas e pela matemática. Mas em uma viagem com sua família à Europa, em 1883-1884, Leland Jr. contraiu febre tifoide em Atenas, sendo levado às pressas para Itália para receber os cuidados médicos necessários. Faltando poucos meses para o seu 16º aniversário, em 13 de março de 1884, Leland Jr. morreu em Florença.
Abalados com este acontecimento, os Stanford´s decidiram prestar uma homenagem ao seu único e querido filho. Diz a lenda que o bilionário senhor Leland e a senhora Jane se vestiram com roupas bem simples para o seu padrão de vida, e abordaram o presidente (Reitor) da Universidade de Harvard, Charles W. Eliot, para propor dedicar um Edifício à memória de Leland Jr., mas que Eliot estava tão horrorizado com a aparência dos Stanford´s que rejeitou a oferta. Este então sugeriu que eles criassem uma Universidade no oeste americano, e o resto dessa história está expresso no sucesso estupendo que a Universidade alcançou desde a sua criação até os dias de hoje.
Mas o que a torna tão diferente das demais universidades para alcançar esse sucesso, e ter se transformado na Meca da inovação mundial?
Este sucesso está diretamente ligado à forma com que a Universidade de Stanford seleciona seus alunos. São três os critérios para que um aluno possa ingressar nessa Universidade, o chamado PIE:
1 – Passion (paixão)
2 – Intellectual vitality (Vitalidade intelectual)
3 – Engagement (Compromisso)
Não é de se estranhar que apenas (em média) 7% dos candidatos consigam ocupar uma das vagas nessa Universidade.
Mas o que o mundo corporativo pode aprender com a Universidade de Stanford? Quando houver necessidade de contratar um novo colaborador, aplique o PIE no seu processo seletivo.

Ter alguém no nosso quadro funcional que tenha paixão pelo que faz, com um elevado capital intelectual e comprometimento, fará toda a diferença nos resultados da sua empresa. Mas posso até ouvir daqui os questionamentos que essa matéria possa estar gerando:
- O mercado está carente de gente “boa”;
- Na teoria é fácil, mas na prática são outros “500”, e assim por diante.
Lembre-se, apenas 7% dos candidatos que desejam entrar na Universidade de Stanford conseguem, pois estão no perfil do PIE, mas o que está em jogo aqui não é o fato dos 93% não conseguirem, e sim o desejo que eles têm em fazer parte dessa Universidade. A sua empresa precisa despertar o desejo dos melhores candidatos em fazer parte do seu time. Saber que uma vaga de emprego na sua empresa será disputada “ferozmente” pelos candidatos, semelhantemente como ocorre na entrevista de emprego para empresas do tipo “Google”.
Mas o que será que empresas do tipo “Google” têm de tão especial que despertam esse desejo?
Vamos tentar aprender novamente com Stanford. Essa universidade foi concebida para facilitar a comunicação entre o corpo discente e o corpo docente, eliminado barreiras administrativas inúteis a qualquer processo de criatividade e inovação. Desta forma, um aluno do primeiro ano consegue facilmente uma entrevista com um professor catedrático para expor uma ideia, gerando assim acessibilidade, e que muitas vezes se torna um negócio de bilhões de dólares. Portanto, implemente uma política de comunicação eficaz na sua empresa, derrubando barreiras que impeçam as grandes ideias de chegarem até você.
Outro fator importante é a tolerância ao erro que a universidade tem, e que consequentemente as empresas fundadas a partir de Stanford também têm. Quando um empreendedor fracassa nestas empresas oriundas do *Vale do Silício, é motivo de comemoração, pois ao saber o caminho que erraram, eles percorrerão outros para alcançar seus objetivos. Para nossa cultura isso parece loucura, mas para os inovadores destas magníficas empresas, não passa de um rito de passagem para o sucesso.
Você que é empreendedor, não desanime com os fracassos que a vida possa te impor, saiba que todas, sem exceção, das grandes empresas que estão aí no mercado, experimentaram algum tipo e fracasso. Isso me faz lembrar aquela imagem que fez muito sucesso na internet da mina de diamantes, pois o mineiro estava quase alcançando seu objetivo, quando ele desiste a centímetros da descoberta das cobiçadas gemas. Não desista dos seus sonhos, e lembre-se, só você pode decidir se vai parar ou seguir em frente.
*”Silício” se refere aos fabricantes de chips de silício que dominavam a região nos anos 1970 e “Vale” se refere ao Vale de Santa Clara, parte sul da Baía de São Francisco.
*Boa parte da história da Universidade de Stanford foi retirada do Livro “Os Segredos do Vale do Silício. O que você pode aprender com a capital mundial da INOVAÇÃO”, da editora HSM.
*Fecho essa matéria com o pensamento de Victor Hugo
“O espírito se enriquece com aquilo que recebe. O coração, com aquilo que dá”
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