Cerca de 300 mil clientes continuam à espera de reaver os investimentos em criptomoedas, realizados através da empresa G.A.S Consultoria e Tecnologia, que teve suas atividades paralisadas em função da Operação Krypto.
A Justiça bloqueou uma quantia estimada em R$ 17 bilhões nas contas de empresas ligadas a Glaidson. A quantia daria para ressarcir os investimentos de todos os clientes. A G.A.S chegou a ser a maior pagadora de dividendos do Estado do Rio de Janeiro e um das maiores do país.
A Operação deflagrada pela Polícia Federal em 25 de agosto do ano passado apurava a formação de pirâmide financeira (crime contra a economia popular), além de outros crimes correlatos, como atuação indevida da empresa no mercado de capitais.
O CEO da empresa, Glaidson Acacio dos Santos está sob prisão temporária no presídio Bangu 8, no Rio de Janeiro. Alguns investidores consideram que a prisão é arbitrária, “com todos os prazos para soltura extrapolados”. Ele também é suspeito de participação em homicídios de concorrentes, o que estaria contribuindo para sua permanência na prisão. A empresa nega o envolvimento do CEO nesses casos.
Outro dado mencionado por investidores, é que o réu ainda não prestou depoimento no inquérito.
“Trata-se de uma prisão arbitrária, sem precedentes, com todos os prazos extrapolados para soltura do preso. Se passaram mais de 180 dias da prisão e Glaidson, o CEO da Empresa, ainda não foi chamado para prestar depoimento”, destaca o economista Wilson Souza, um dos investidores da G.A.S.
O economista afirma que o processo está gerando um grande impacto social, com clientes em depressão por ter perdido uma fonte de renda, com casos até de mortes. Muitos clientes da G.A.S custeavam tratamentos e compra de medicamentos com dinheiro da rentabilidade que recebiam mensalmente.
Souza afirma que a empresa nunca deixou de pagar aos clientes enquanto estava operando. “Isso só passou a “acontecer depois que o CEO foi preso e o dinheiro bloqueado pela justiça”, disse.
“Precisamos resolver a devolução do capital dessas pessoas. Esse processo vem gerando um transtorno físico, emocional e financeiro na vida dessas 300 mil famílias”, explicou o economista.
A G.A.S consultoria é sediada em Cabo Frio (RJ), na Região dos Lagos, e operou com investimentos em cripto ativos durante 10 anos.
“Nesse período a empresa trabalhou sem lesar nenhum cliente e agora está impedida judicialmente de trabalhar e cumprir seus contratos”, diz o economista. No Brasil, o investimento em cripto ativos ainda não é uma atividade legalizada pelo Banco Central.