Uma campanha publicitária da Empiricus sobre investimento em criptomoedas virou alvo de uma representação no Ministério Público Federal na última segunda-feira (12). O procurador Alexandre Senra alega que a empresa pode ter feito propaganda enganosa e prática abusiva com o intuito de atrair mais clientes. As informações são do Portal do Bitcoin.
Segundo Senra, e companhia usa informações falsas na peça publicitária e não informa os riscos do mercado de criptomoedas. “Pelo contrário, a maneira como (a campanha) é enunciada, leva o consumidor, sobretudo aquele menos familiarizado com este mercado, a acreditar que o risco a ser assumido não envolve a concreta possibilidade de perda substancial do capital investido”, explica o procurador.
Essa empresa é aquela da Bettina, que apareceu em um comercial dizendo ter transformado R$ 1,5 mil em R$ 1 milhão em apenas três anos. O que rendeu memes, mas também investigações da CVM (Comissão de Valores Imobiliários) e multa do Procon.
A Empiricus afirmou que “segue rigorosamente as regras por eles estabelecidas bem como pelo Código de Defesa do Consumidor”. Segundo a empresa, a “campanha publicitária citada está em conformidade e será objeto de manifestação oportuna pela Empiricus no âmbito da representação”.
A companhia também afirmou que há quatro avisos sobre riscos e diversificação de ativos e que o “conteúdo comercializado por meio da campanha é reconhecido pelo mercado por sua qualidade e liderado por um dos maiores especialistas em criptomoedas do Brasil”.
‘Fenômeno Cripto’
A propaganda do evento online “Fenômeno Cripto”, que estava previsto para acontecer em 14 de março, dizia que ao ter acesso ao chamado “Exponencial Coins” o cliente ia “ter a chance de conseguir lucros incríveis investindo em criptomoedas”. Além disso, segundo a empresa, era a “maior oportunidade de fazer fortuna”.
A assinatura era de 12 meses, com vídeos, publicações e guias sobre o mercado de criptomoedas, por um preço de 12 vezes de R$ 150 ou à vista com 10% de desconto. Além disso, a empresa oferecia de brinde um lote com três unidades de criptomoedas não informadas.
Entretanto, segundo o procurador, a campanha e o presente não condiziam com a realidade. “A informação também é parcialmente falsa. O alardeado presente que a Empiricus teria para quem se inscrevesse, consistente em um lote da (milagrosa) moeda padece de uma severa restrição, inicialmente ocultada: será dado apenas a 300 (trezentas) pessoas, equivalentes, já na data de hoje, a menos de 2,5% dos inscritos no evento”, afirmou.
Ainda sobre o brinde, Senra diz que a Empiricus “vale-se da isca do lote grátis de moeda para, prevalecendo-se da ignorância do consumidor, impingir-lhe a assinatura da série ‘Exponential Coins’.