A Eletrobras finalizou o processo de capitalização nesta quinta-feira (9/6) e passou de uma empresa estatal para privatizada.
O preço por ação foi fixado em R$ 42, após cinco dias de reserva de cotas para investidores. A negociação das ações acontecerá a partir de segunda-feira (13/6), na B3.
A companhia vendeu R$ 68 bilhões em ações, valor acima da oferta. A reserva de ações com recursos do FGTS atingiu cerca de R$ 9 bilhões, valor maior que o teto previsto para o grupo, que era de R$ 6 bilhões.
Inicialmente, o governo ofereceu cerca de R$ 35 bilhões em ações ao mercado. A oferta primária foi de 627,6 milhões de ações, acrescida de mais um lote de 104,6 milhões. Com o número vendido, o governo conseguiu garantir pelo menos R$ 29,2 bilhões junto ao mercado.
Criação da estatal foi proposta ao Congresso em 1954 por Vargas para acabar com racionamentos e permitir a industrialização do país.
A criação da Eletrobras marcaria, de fato, uma mudança e tanto no Brasil. Em meados do século passado, a geração e a distribuição de energia cabiam basicamente à iniciativa privada.
O setor era repartido entre a americana Amforp e a canadense Light, que concentravam seus esforços no abastecimento das grandes cidades do país. A Light detinha a nata do mercado: o eixo Rio-São Paulo.
Diante do desinteresse das duas multinacionais pelas regiões pouco lucrativas, os Estados ricos se incumbiam de levar a eletricidade às suas cidades mais afastadas.
O governo paulista, por exemplo, criou as Usinas Elétricas do Paranapanema. O Governo mineiro era dono das Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig).
Em todas as situações, contudo, a produção de eletricidade era pífia e as redes de alta tensão, que distribuíam a energia, eram minúsculas e isoladas.
Nenhuma das empresas conseguia dar conta da demanda, que crescia exponencialmente. Era a época em que os brasileiros trocavam o campo pela cidade e a economia passava de agrícola a industrial. Os novos tempos eram movidos a eletricidade. (Fontes: Portal Metrópoles e El País)