O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira (27) que a fabricante de aviões Embraer deveria considerar a China como parceira comercial, informa a agência Reuters.
Mourão expressou a opinião depois que a Boeing resolveu cancelar o acordo de compra do controle da principal divisão da fabricante brasileira de aviões.
“Há males que vem para bem”, disse Mourão durante videoconferência com clientes da consultoria Arko Advice.
O vice-presidente afirmou que a Embraer continuará sob controle brasileiro e que a companhia poderá entregar um produto que a China precisa no segmento de aviação doméstica.
“Nós temos o produto e eles têm a necessidade. Nós temos a tecnologia…É um casamento inevitável”, afirmou o vice-presidente.
ENTENDA O CASO
A Boeing, empresa norte-americana, desistiu da fusão com a Embraer, fabricante brasileira no segmento de aeronaves, na sexta-feira (24). O processo de fusão foi atropelado pela crise decorrente da pandemia do Coronavírus.
De acordo com informações de investidores, a Boeing tenta obter ajuda financeira para mitigar os prejuízos provocados pela crise nos EUA, mas uma das condições impostas pelo governo norte-americano é que as corporações beneficiárias não poderão utilizar recursos para pagamento de bônus a executivos, recompra de ações ou adquirir empresas.
Um dos fatores que podem ter contribuído para a desistência da Boeing, foi uma ação da Associação Brasileira Investidores (Abradin) na Comissão Europeia, em novembro do ano passado.
A entidade denunciou que o acordo entre as duas empresas estava repleto de irregularidades e poderia prejudicar a concorrência global do setor. A partir desta iniciativa, a Comissão Europeia iniciou uma série de questionamentos a Boeing e a Embraer, o que acabou retardando o processo de fusão, até que eclodiu a pandemia afetando a economia mundial.