Os preços do petróleo em baixa atingirão a artéria da economia da Arábia Saudita e sufocarão a exploração do xisto nos EUA.
A economia saudita é altamente dependente das exportações de petróleo e a queda na cotação aumentará o seu déficit interno.
Já a indústria de xisto nos EUA, que tem alto custo de exploração, só é viável com o barril do petróleo sendo negociado no mínimo a US$ 40. Abaixo disso é loucura.
Ainda que o governo Donald Trump vá em socorro com dinheiro público, uma cotação em baixa por tempo prolongado é insustentável para o xisto.
O preço do petróleo entrou em rota de queda desde que o reino saudita inundou o mercado com petróleo, com excesso de oferta e preço baixo, para pressionar um acordo entre o cartel da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e a Rússia.
Com o fracasso do acordo, o reino passou a buscar maior participação no mercado, aumentando a oferta e dando descontos aos seus compradores.
O jogo foi duro, de forma que tem tanto petróleo no mundo, que há risco de faltar depósitos para estocar.
A indústria do xisto deverá ser a grande vítima desta conjuntura adversa, mas ainda que ela desapareça, fortalecendo futuramente o papel da Opep e da Rússia, esses dois atores terão que sentar para uma nova rodada de negociação visando uma recuperação dos preços.