Os segredos da Laguna de Araruama, na Região dos Lagos |
A chegada à rodoviária de Araruama, na Região dos Lagos, foi triunfal. A lua amarela no céu, os ventos alísios na Laguna e os barcos velejando sobre as águas trouxeram frescor a mente. Novos tempos, ares, momentos longe da turbulência da cidade grande. Rever amigos mais do que especiais como Renata Castanho, Marizete Ramos e a família da professora Érica de São Vicente de Paula.
Antes, porém, tomar um mate com caju geladinho na lojinha do Rei do Mate ao lado da CAIXA. No pedido vale uns pães de queijo para completar o cardápio deste final de tarde paradisíaco. Respeitar o Código de Transito Brasileiro para atravessar na faixa de pedestre no sentido orla. Sentar na canga posta nas areias e vislumbrar um pouco da história que envolve esse lugar.
Ao observar a prática do kytesurf pelos atletas do momento é possível voltar ao passado e compreender a importância dos barcos de grande monta que sangravam aquela região. Traziam em seu seio gêneros alimentícios e produtos variados a fim de vendê-los aos locais. Um dos entrepostos mais importantes dos séculos XVIII e XIX.
Após a inserção da atividade salinica na região foram substituídos por embarcações semelhantes às jangadas de Alagoas. Estas por sua vez vinham abarrotadas das salinas com fardos de sal. Sendo transportadas por trem para Niterói. Centro econômico e politico do Leste Fluminense. Nem se pensava em construir a ponte Rio – Niterói.
Passo a passo o desenho econômico, politico e logístico da cidade foi se construindo. A migração portuguesa foi marco relevante na inclusão da feitura do sal como atividade econômica. A expertise e tecnologia foram trazidas da experiência previa em Figueira da Foz. Adaptações realizadas com sucesso. Momentos áureos foram vivenciados pela população.
A quantidade de conchas existentes no interior dela batizou o nome da cidade. Iriruama na tradição indígena quer dizer lagoa com abundancia de conchas. Encontradas pelos primeiros habitantes destas terras. Foram esquecidos pela memória e história regional: os tupinambás. Os resquícios encontrados por paleontólogos estão guardados na Casa de Cultura.
A garçonete pergunta: Deseja uma água de coco geladinha? Respondo de relance: Sim. Com certeza. Para completar peço um pastel de marisco no capricho. Degusto o lanche. Fecho o caderno de anotações. E curto os acordes do músico com voz e violão. A lua branca começa a surgir. A noite com estrelas começa ser montada como cenário de filme. A hora da despedida chegou. Até o próximo artigo sobre a Trilogia das Araras.
* Guia de Turismo Regional RJ Nacional e Internacional
Jornalista especializado em Turismo
E-mail: buzioscarioca@gmail.com